quinta-feira, dezembro 21, 2006

...

De que adianta te escrever coisas românticas
se vocêquando as ler
vai pensar racionalmente?
Porque, então, me desmanchar em doces e eternas declarações?
Se você vai querer
verificar-lhes a aplicabilidade em qualquer situaçãoa qualquer tempo...

Pra quê juras?
Se vai tentar espremer minhas apaixonadas palavras
Até conseguir deixá-las secassem uma gota sequer do mais puro amor...

Um eu te amo hoje lhe basta
É tão suficiente que quase transborda
E tenho que ficar me contendo
sem querer
sem te dizer os exageros que preciso dizer
só porque ninguém sabe o que no futuro será verdade sobre nós

Não, eu não mesquinho amor
só de tentar me dói

Delimitar? Não! Des-limitar...

Quem nunca pareceu um absurdo para si mesmo ao olhar para trás? Que eu sou esse no passado? No futuro vou me achar ridícula agora? Ou vou achar que era feliz e não sabia?


Sim.É um erro achar que qualquer coisa se esgotou, que qualquer um é o que é. E pronto. A pessoa que você mais conhece, o tempo muda, e é seu dever reinterpretá-la. Porque se não.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Ô Mãe ...

Mãe
Cadê tu?
Pra me dizer
O que fazer

Pra me fazer obedecer

Que hoje é ruim
Ser livre e jovem

Cadê tu?
Pra me mandar
E eu fazer o contrário

Pra eu me danar
E sentir prazer de desafio

Pra eu supor escolha
E achar bom viver

Que ser jovem é tudo poder!

Ô Mãe
Mas isso é mentira

quarta-feira, novembro 22, 2006

Esperamos que passe ... ou não

A tendência das coisas é essa : vão inflando, subindo, expandindo, enchendo o saco, ficando extremamente boas; até atingirem um pico; daí em diante declinam.

O "x" da questão é saber identificar o tal do pico.


tou achando meu pico altamente maleável . Argh!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Papo filosófico

Será a liberdade , como quer Sartre, uma condenação inerente à vida _ nascemos livres e até escolher não escolher é uma escolha_

Ou

Será que a liberdade é apenas o desconhecimento das causas que nos levaram a agir determinada maneira, como diz Spinoza?


...são questionamentos que retornam inesperadamente em uma noite de domingo, quando não se faz o de sempre, quando se conhece gente nova, e gente boa. Questionamentos que não eram pra vir agora, e não se pode deixar pra depois.


?

terça-feira, outubro 31, 2006

Te amo tempo

Estivemos distantes. Ele bem que me procurava, mas eu o evitava. Não queria saber de conversa. Não queria percebê-lo. Queria esquecer sua existência. E assim o fiz, mesmo que ele estivesse sempre à espreita. Ignorei-o. Nos encontramos a pouco, por acaso, no espelho. Foi esperto em sua forma de se reapresentar. Estou completamente apaixonada pelo tempo de novo.


E quando for tarde eu já fiz o que era pra ser. Eu sei.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Não sei o autor

Quero

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.

Ouvindo-te dizer: Eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

Quero que me repitas
até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre,
isto cada vez mais.

Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor saltando da língua nacional,
amor feito som
vibração espacial.

No momento em que não me dizes:Eu te amo,
inexoravelmente sei que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Cumprindo

Prometeu a si mesma que só tornaria a escrever quando fosse bom novamente. E quando resolveu, escreveu bem assim :

" Eu só busco o meu bem desde então. Não que eu faça isso às custas do mal alheio. O que eu digo é que não vou mais procurar atingir algo que considero bom pra mim utilizando mal os métodos. Os fins não justificam os meios. A minha felicidade eu crio dentro de mim, pra externar. E não hei de ser o que os outros querem, e sim o que eu "

quarta-feira, outubro 04, 2006

Escolhas

A sua escolha, qualquer que seja ela, deve ser suficientemente BOA<> RELEVANTE; para justificar a não-escolha de todas as outras alternativas.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Oração dos Estressados (Luís Fernando Veríssimo)

Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
coragem para mudar as coisas que não posso aceitar,
e sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tiver que matar por estarem me enchendo muito o saco.
Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje,
pois eles podem estar diretamente conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.
Ajude-me, sempre, a dar 100% de mim no meu Trabalho:
12% na segunda-feira,
23%, na terça-feira,
40% na quarta-feira,
20% na quinta-feira,
5% na sexta-feira.
E, ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim...,
e todos parecerem estar me enlouquecendo...,
que são necessários 42 músculos para socar alguém, 1
7 para sorrir
e apenas 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo tomar no ...
Que assim seja, Amém......

domingo, setembro 24, 2006

David 24h

Quando eu acordar
eu quero David em pasta pra escovar os dentes
e grãos de David para pôr no café
quero dirigir o David quando for pra aula
entrar no David ao abrir a porta
por o David nos olhos pra enchergar melhor
e estudar o David todinho em milhares de páginas

Eu quero olhar pros ponteiros do David enquanto o tempo passa

Quero mastigar o David ao meio-dia
e engolí-lo com a ajuda do David em forma líquida
Ao ligar a televisão, assistir o David
Ao ligar o som, escutar o David a cantar
Acessar o David inteiro no infinito da internet

Eu quero continuar olhando pro David enquanto o tempo passa

Porque a noite
Eu quero me banhar de David
Vestir o David pra ficar bonita (pro David)
e passar o David na pele pra ficar com cheiro seu

Eu quero olhar pro David enquanto o David não chega

Mas graças a Deus que não é assim
bem do jeitinho que eu quero
Porque, em sendo, eu já já enjoaria do David
E só ia querer o David pra por num envelope e mandar pro fundo do mar
até ele dissolver todinho

É bom do jeito que é
Tendo um David só
Mas em carne e alma
Toda vez que ele me chega
pra eu amá-lo


inteirinho

quinta-feira, setembro 21, 2006

O Amor , segundo Paulinho Moska

"Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento, relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor, chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado, mas é exatamente o oposto. Para mim, que o amor se manifesta, a virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado, o amor está em movimento eterno, em velocidade infinita, o amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine? Minha resposta? O amor é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido. A força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante. A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com inicio, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo. O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha, como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo. O amor, eu não conheço, e é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto"

quinta-feira, setembro 14, 2006

Porque que tem gente que teima? Eu não gosto do q ouço e ainda faço aquele sorriso amarelo...pq q eu acho q tenho q ser sempre tão boazinha? Assim vou acabar explodindo por dentro.

Contar até 10. Contar até 10.Contar até 10.

No dia a bomba bombar eu não me responsabilizo.

terça-feira, setembro 12, 2006

Pesado elo

Eu me lembro mais do que senti do que do sonho em si. Eu senti muito medo. Acordei gritando pelo meu pai. No sonho eu tentava alerta-lo para não deixar Deus ir embora. Deus tinha vindo nos visitar, saíra de um elevador que abria as portas dentro da nossa casa. Entrou com uma humildade imponente e eu estava deslumbrada com sua presença, quase não falei. Ele trouxe consigo uma linda garotinha de cabelos longos que encheu o ambiente de alegria, e que agora interpreto como sendo uma espécie de anjo. Sei que gostei da menininha instantaneamente e me distrai com seu sorriso enquanto Deus contornava o corpo de minha mãe, como fazemos quando passamos um lápis em torno da mão. Depois ele cruzava a porta e se ia com ela, deixando só seu desenho na parede; e eu lá brincando com a menininha angelical. Até que escuto o estrondo forte e metálico da porta do elevador a se fechar. A criança se desintegra, e vejo meu pai chorando, e vejo o desenho, e compreendo o que havia ocorrido. Deus tinha ido embora. Eu tinha muitas perguntas a Lhe fazer, mas Ele tinha ido embora. Além de ter trazido um anjo para me fazer calar de encantamento e não Lhe questionar como eu queria, Ele havia também levado minha mãe para si. Ele me engara inescrupulosamente. Eu senti raiva. Raiva por ter sido tola e caído em Seu golpe baixo, raiva por Ele ter levado minha mãe, raiva por Ele ter me evitado sentir a dor da perda no instante que ela acontecera, raiva por Ele ter usado um anjo pra burlar minha atenção. Raiva. Raiva. Raiva. Deus não era confiável. Mas era poderoso. Foi então que subitamente me veio o medo. Eu senti de todas as formas que Ele ia levar os braços do meu namorado, dos meus amigos, dos meus irmãos, do meu pai. Ele sabia que eu O estava julgando naquele momento e ia tirar dos meus amores a capacidade de me abraçar. Era meu castigo. Eles estavam vivos, mas seus braços ficariam para sempre relaxados e inertes ao longo de seus corpos. Eles seriam punidos por minha causa! Ele estava os desenhando a todos e eu ia ficar sozinha. Ninguém mais via aquilo?Ele precisava voltar. Então eu gritei, sufocada, gritei até conseguir acordar; e respirar. Meus amores ainda me tinham em seus braços.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Está na hora de eu analisar a mim mesma. Não acho que precise de alguém pra me dizer que eu gaste dinheiro com remédios se não conseguir resolver o que eu chamo de problemas. É divertido poder assumir o comando.



ALgumas pessoas vão ler isso. Algumas vão levar muito a sério. talvez eu apague. :-)

domingo, setembro 03, 2006

“É só o amor que conhece o que é verdade”

Plena, é assim que me sinto agora. Como se nada me faltasse. Como se eu jamais tivesse duvidado da existência de Deus. Como se a verdade tivesse se despido sem vergonha na minha frente, com um sorriso tranqüilo e sem a malícia de me culpar com o olhar por tantas vezes eu ter sido tão tola. Porque ela podia, bem que podia me discriminar ou ter me dado um belo tapa na face pra eu acordar, mas não o fez. Preferiu vir serena e me fazer chorar não de dor e sim de alegria. Plenitude. E agora me é tão nítida a essência das coisas _ passamos um pelo outro e a gente não se esbarra, se cumprimenta. Penso nas tantas coisas sem sentido e sem retornos nas quais nos apegamos buscando consolo, só porque nos falta amor. Não, amor nunca falta, o que nos falta exatamente é a capacidade de se deixar amar sem máscaras de amar apesar (e através) de todas as coisas. Hoje vejo as pessoas passando em câmera lenta, com suas faces que carregam as mais diversas expressões e consigo perceber quem afunda e quem voa. Porque o mundo é cruel e difícil e é preciso carregá-lo como um fardo para ele não ficar zangado e não lhe maltratar mais. Porque, já que o mundo é cruel e difícil, vamos fazer-lhe o favor de não perturbá-lo com tantas pisadas; e sim tratar de lhe jogar do alto muito afeto, como se fosse chuva, pra ele sarar.

“O mundo tá muito doente”

Gostei quando ouvi alguém dizer que acorda todo dia como se fosse de propósito. Inversão inteligente. Estou acordada, quase todos dormem. Alguns roncam. Mas não adianta fazer barulho; a cada um, uma hora, a verdade irá beijar.

quarta-feira, agosto 30, 2006

sábado, agosto 26, 2006

Coisinhas proibidas

Quando pequena eu brincava de cada coisa. Lembrei hoje que fui uma menina de dez anos que brincava de novela. A novela era "Simplesmente Maria" e a encenação dava-se em minha cada, a tarde, quando meus pais saiam para trabalhar. Reuníamo-nos eu, meu irmão imediatamente mais novo e mais duas amiguinhas e dois amiguinhos vizinhos. Aproveitávamos a casa vazia para dar espaço à nossa brincadeira proibida. Sim, era muito proibida. Porque me lembro que grande parte do capítulo da nossa novela acontecia nos quartos, cada pequeno casal em seu grande e deslumbrante quarto. Eu pegava meu par romântico e deitava na cama dos meus pais. Não, não malde. Nós realmente só deitávamos, um ao lado do outro, tomando um cuidado secreto e minucioso para que nossos corpinhos nem chegassem a se tocar. Mas eu sentia uma emoção enorme. Estar ali deitada, ainda que imóvel, ao lado de outra pessoa, de outro sexo era uma de uma intimidade pecaminosa. E eu, tão nova, jamais havia experimentado nada igual. Minha respiração se fazia ofegante e meu coraçãozinho faltava me sair pela boca. O menino do meu lado? Não, nem sei o que pensava. Era proibido conversar durante a cena e não nos era permitido tocar no assunto depois que a brincadeira acabava. Lembro que vivia com medo de ter ficado grávida, sem ao menos um contato, sem ao menos um inocente beijo. E a Gina que eu era se enchia de culpa e aos domingos, quando ia à missa, era toda pedidos de perdão. Mas na segunda-feira a tarde estava lá, a brincar de novo.

domingo, agosto 20, 2006

Sim, é a palavra de ordem

Dançar é mágico. Seja dança de corpos ou dança de palavras que saem de todas as nossas bocas no rumo dos nossos ouvidos. Interagir é transcender. É assim, tão óbvio, tão simples, tão ao nosso alcance. Faz bem. Porque às vezes a gente se fecha e bota isso lá aculá?

Eu adoro quando eu me sinto renascer. Tudo é uma descoberta maravilhosa.


...
Sim. Subi novamente todo o pêlo do coelho e aguardo sem pressa uma nave espacial, porque serei também habitante do asteróide B-614.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Pense Nisso


















Se você não se dedicar a cada dia a continuar conquistanto o que ou quem um dia você conquistou, estará prestes a perdê-lo.


Isso serve pra você e pra mim. E se aplica a todos os casos.

terça-feira, agosto 15, 2006

Re _____ star

Talvez eu não venha sendo muito coerente com o que eu quero. Talvez nada, é certo. Mas também é certo que a qualquer momento se pode ajustar os meios aos fins. Nada é definitivo e tudo só termina quando acaba. Não é era de eu me envelhecer (no sentido pejorativo da palavra) e é mesmo a hora de eu envelhecer (no sentido positivo da palavra). Melhor que começar é conseguir, e necessária é sempre essa busca pelo que nos torne mais felizes, mais completos, "encontrados". Só assim é que vamos poder espalhar isso também. É hora de decidir se preferimos ir dormir com a consciência de ter desperdiçado mais um dia ou sabendo que fizemos desse dia que se acaba um passo no rumo do nosso encontro. Já não era sem tempo; e às vezes temos mesmo de levar um sacolejo pra abrir os olhos, e os poros.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Mudando de fase?

Nem bem completara dezoito anos, entrou na Faculdade. Tão jovem ainda, o menino. Mas já acorda cedo da matina para não pegar ônibus lotado; pois detesta aperto, suor e forró. O curso? Direito. mais por pressão que por escolha, que é difícil encontrar gente nessa idade que saiba o que quer. Bom, é verdade que em qualquer idade é difícil saber o que se quer, mas depois de certa idade se finge. É adulto ser determinado. Muitos deixam mesmo é a vida os levar pra onde quer que seja e depois olham pra trás e têm a petulância de dizer que "foi assim que eu quis", enquanto a alma se afoga em infelicidade.
É adolescente ser influenciável; e poder culpar os outros. E é infantil assumir que tudo no mundo nos deslumbra, que é impossível e doloroso deixar coisas também boas pra trás. Dizem por aí que só as crianças são sinceras. Mas voltemos ao nosso ingressante no curso superior, por acaso meu irmão. Talvez ele pense que sua nova situação já lhe vista, por conseqüência, de superioridades e poderes os quais não tinha antes. Ilusão boa. Também a tive. Tomara que perdure até se tornar uma verdade. Eu lhe desejo é sorte, das boas.

terça-feira, agosto 08, 2006

Por tantas vezes ...

Paro o pensamento na sua imagem enquanto faço o que quer que seja. Estou lá bicicleta ergométrica ou dentro de um livro, e você me invade. Fica tão à vontade na minha cabeça que nem percebe que surgiu fora de
hora, aperta os olhinhos pra me sorris e está tudo bem. Não pode ser assim. Não posso me submeter às suas ousadias, mesmo que sejam apaixonantes. Vai passear pra eu sentir falta. Deixa também eu entrar em ti e te enrubescer o cérebro. Confessa-me que teus dedos ficam perdidos se não estou bem aí para você me tocar e que seu inspirar é sempre uma busca pelo meu cheiro que você tanto gosta. Sendo assim, cada encontro é inteiro e parte essencial de um único e vital; pois nossas mentes param para sermos um do outro. E só.

sábado, agosto 05, 2006

Minha sorte

Eu fico aqui pensando que sou feliz demais e não sei lidar com a felicidade, por isso me digo triste. É muito mais aceitável não saber lidar com a tristeza. Talvez, por isso. E faço uns planos de brincadeira, que sei não vou seguir, pra qualquer um pensar que os tenha. E tenho, mas são outros. Me banho em drama só porque já sei o que fazer.

Por vezes conto segredos a gente que talvez nem queira saber. Mentira, sempre querem. A palavra é "deva". E quem merece está ficando surdo de tanto aprender a não ouvir o que não falo. Me acho tão transparentemente telepática. Será por isso que julgo meu silêncio tão carregado de comunicação? Tão mais que eu?

Talvez aquela lágrima que vez em quando se repete seja meu pensamento tentando se exibir sem permissão. Verdade ou vaidade. Ou saudade.

Mas sempre puxo um canto da boca pra cima, porque tou aprendendo a desenhar.

É, eu sou feliz e introspectiva. Será isso?

terça-feira, julho 18, 2006

Dia 18

Mainha ,
Hoje é seu aniversário; 55 anos você faria caso estivesse aqui neste planeta absurdo e nós faríamos uma grande festa. Fossem outros os tempos, tentaríamos despistá-la para fazer uma surpresa, e vc fingiria que não sabia de nada pra nos agradar enquanto tentávamos agradá-la. Se você já estivesse doente a festa ia ser mais intensa, com ar de saudade, com o medo e a quase certeza de que seria ela a última, como foi a última. E você, mais triste que feliz, faria um esforço estrondoso pra não chorar sua própria vida indo-se em mais um ano de lutas. E olharia-nos com seus olhinhos que haviam ficado maiores, porque seu rosto estava mais magro e suas sobrancelhas haviam quase desaparecido. E pelo seu crescido olhar ia querer transmitir todo o amor que sempre nos teve, prometendo que sempre o teria, estivesse onde estivesse. Mas eu ia ver, eu ia ver a apreenção que você tentava disfarçar porque o medo que sentia da morte não devia ser nosso, e sim só seu, visto que só você se ia e teríamos que, corajosos, continuar. Ia ser uma festa estranha, de dúvidas e desesperos existenciais mal dissimulados em afetuosas demonstrações de força. Onde você está agora? Onde você está agora, como vocês comemoram os anos? Há tempo? Adianta se eu lhe levar algumas flores no túmulo? Pode sentir o amor que lhe dou com elas, onde está? Caso possa, tenho certeza que pode também ler o que ainda não sei escrever. Feliz aniversário, mãe. E tudo que tiver embutido nisso.

Sempre sua ,

Gina

Ps. O pai acabou de chegar com as flores

sábado, julho 15, 2006

Sutilezas do Cuidado*


Ela estava deitada, com os olhos fechados, corpo e alma prestes a se encontrarem na ante-sala do sono e darem-se as mãos para seguirem rumo à este desejado mistério. O livro já dormia, com todos os seus personagens abandonados sobre seu seio, á mercê do sobe e desce de seu respirar. Foi quando ele abriu a porta e olhou longamente para a filha. Acabara de saber de outrem que ela estava adoentada e por isso não tinha ido ao trabalho. Ia reclamar-lhe por ela não ter avisado; já dissera-lhe mil vezes que ao menor sinal, que não era pra ter medo de médico e outros tantos quês. Mas quando a viu ali, adormecida, a respiração levemente ofegante; calou-se antes de começar a falar. Aproximou-se. Colocou o dorso da mão sobre sua testa suada e constatou uma tênue febre. Decidiu-se por não incomodá-la. Procurou um ventilador, posicionou-o defronte à moça e procurou pacientemente o melhor ângulo para o vento refrescar-lhe o corpo. Quando achou que estava bom, dirigiu-se novamente para porta, abriu-a e. . Abriu-a e antes de sair , fechando-a, olhou pr´aquela filha. Ela podia sentir aquele olhar. Podia vê-lo, mesmo estando com os olhos fechados. Era um olhar de tanto amor, tanto amor que continha medo. Ela gostaria de ter visto de verdade o olhar, antes de ser comovido pelo medo, mas ficou o tempo todo com os olhos cerrados. Ele fechou a porta afinal. E foi-se sumindo com o barulho de seus passos no corredor. Ela abriu os olhos e olhou para o teto. O sono havia passado completamente. Pegou o livro e recomeçou a leitura; as páginas agitadas pelo vento. De vez em quando era bom ficar doente.



*texto republicado do ex-blog www.ginaemanuela.blog.uol.com.

quinta-feira, julho 13, 2006

Tudo que eu menos quero agora é um guerra

...ás vezes é preciso ariscar
mas, pai, se você fosse meu filho
eu também ia preferir saber
que quando eu parti
você estava em um lugar seguro...

segunda-feira, julho 10, 2006

Quando não se espera

Umas coisas que a gente vê não fazem bem. Os filmes* bons que eu vi esse final de semana, eu detestei. Eu queria rir, deixar a mente leve e esses malditos bons filmes me fizeram a consciência pesar. Me fizeram pensar sobre a vida, o futuro, as coisas que se vão sem a gente se dar conta e depois quando a gente as quer é tarde demais. Quantas vezes um jovem homem vai se afastar aos poucos da mulher que ama loucamente por causa do sonho de ter sucesso profissional? Quantas vezes a jovem apaixonada sentir-se-á solitária e acabará caindo nos encantos de outro? E mais um amor que tinha tudo pra dar certo se vai. Quantas vezes, sem perceber, você vai deixar sua existência escorrer pelo ralo? Quantas ainda agarrar-se-á a promessas fúteis e deixará de lado quem realmente importa até a morte vir? Nos filmes, isto pode ser apenas um sonho ruim e ainda há tempo para a revisão de valores e a conquista de um feliz final. Mas a vida não tem volta, por isso não deixe a sua virar um pesadelo. Eu decidi ser melhor a partir de hoje. Decidi fazer tudo que eu venho adiando. E vou ter que decidir todo dia, pra ver se eu consigo.

*Filmes: Nu em Nova York e Click

sexta-feira, julho 07, 2006

França elimina brasileiro de vez

Com um gol de pênalti de Zidane, a França classifica-se para a final contra a Itália e acaba com a torcida brasileira por completo. O jogo de sábado tinha para os brasileiros um gostinho de vingança, seria a revanche da Copa de 1998, aquela que houve na França e que deixou as gargantas brasileiras engasgadas com a vontade de gritar PENTACAMPEÃO, conquista essa que só ocorreu na Copa seguinte. Mas no jogo de sábado descontaríamos, venceríamos, gritaríamos e, mesmo que não fossemos para a final, teríamos lavado a alma. Mas o Brasil não ganhou, o sábado foi triste e a seleção voltou pra casa bem à francesa. A derrota foi um verdadeiro Dejá vu. Parreira pareceu tranqüilo demais; os nossos jogadores, apesar de serem individualmente talentos já consagrados, não convenceram como equipe. A fórmula falhou. A esperança brasileira então recaiu sobre Luiz Felipe Scolari, brasileiro, técnico da seleção de Portugal. Cabia agora ao Felipão vencer a França pra alegria de todos nós. Felipão grita, tem garra, motiva. Felipão solta as palavras e as faz entrarem em campo e jogarem, empurrando a bola no rumo do gol. E a Seleção Portuguesa fez bonito, jogou com vontade. Mas não deu. O gol de pênalti de Zidane ainda no primeiro tempo foi definitivo. E Portugal agora pode apenas lutar por um 3º Lugar. É até um bom lugar, mas nenhum brasileiro venceu a França. Adianta torcer pra Itália?



Ps. e o que mais em dói é o Zidane dizer na TV que a gente só pode ser muito bom em futebol, porque a gente não estuda.

quarta-feira, julho 05, 2006



" quem me vê sorrindo

pensa que estou alegre

o meu sorriso é por consolação

porque sei conter

para ninguém vê

o pranto do meu coração"

CARTOLA

segunda-feira, julho 03, 2006

Divagações sobre a Copa

Ultimamente não tenho me achado criativa o bastante. Vou escrever o que vier. O Brasil perdeu pra França, uma maneira dos franceses conquistarem o Brasil. Muitos me disseram que vão torcer pra Portugal, porque tem Felipão e Felipão tem garra. Ele pula, fica vermelho, grita e falta fazer as palavras que ele fala jogarem bola pelos jogadores. Coisa boa tanta empolgação. Coisa ruim foram as narrações do Galvão. Devia ter anotado para colocar um tópico aqui com Pérolas da Copa, by Galvão Rueno. Não gostei da perda, nem de ter visto o Ronaldinho Gaúcho cabisbaixo por ter saído da Copa. E saído sem nenhum gol. Ele é tão bonzinho, e tenho pena, mesmo sabendo que ele tá lindo de rico. Por enquanto, é só.

quarta-feira, junho 28, 2006

Dica Boa

Nunca caia na besteira de achar que conhece completamente alguém. As pessoas surpreendem.


*ontem mesmo tive uma surpresa ótima. Ótima.

domingo, junho 25, 2006

Um certo atraso*

Local marcado.Ele já não agüenta mais olhar para o relógio e ver que ela está atrasada. Mais de 10 minutos ! Aquilo significa uma quantidade incomensurável de tempo para um homem como ele, um homem de negócios. E todos nós sabemos que no mundo dos negócios, tempo é dinheiro. 10 minutos de atraso. 10 minutos menos rico. 10 minutos mais ansioso. Ligo? Não ligo? Pega o celular na palma e vê no visor mais um minuto de atraso perder-se em sua vida e decide ligar. Decide com razão, ora pitombas! Quem a pentelha pensa que é para deixá-lo naquele papel? Será que não tem idéia de sua importância, de seus compromissos e...Alô? Ah, você está aqui?! Onde que não te vejo? E sente aqueles dedos delicados a cobrir-lhe os olhos. Ele adivinha quem é. Um sorriso de canto de boca aparece em seu rosto e ele esquece o atraso,o celular,o dinheiro, os compromissos, aquela outra penca de preocupações e até sua própria importância.


* texto republicado do meu antigo blog ( 21 anos e Paranóias - www.ginaemanuela.blog.uol.com.br)

sexta-feira, junho 23, 2006

Dá licença 2 :)




















Painel de Aldemir Martins, Dragão do Mar.















E-mail recebido da Direçaõ de Ação do Cultural do Dragão do MAr, dizendo que uma foto que mandei ( a do mosaico acima) foi selecionada e será publicada no folder do mês de julho. Por mais que seja bobagem toda esta vaidade, fiquei feliz.

***

Não existe


















Não existe mesmo, nada melhor do que chegar na calçada da tua casa e te ver vindo ao meu encontro, com o seu cabelo enrolado e meio despenteado, a barba por fazer e com o violão nos braços. Só de lembrar, torno a sentir o arrepio que percorre meu corpo, quando eu te vejo vindo, vindo e cantando, me convidado com os olhos pra entrar, que sou sua. Não existe, nem poderá jamais ser inventado, lugar melhor que os seus braços. È dentro deles que eu sou, que eu sinto, que me conforto. É tão bom ser gente quando estou contigo, que agora acho que tudo no mundo é paranóia, menos nosso encontro. Porque só de lembrar choro por você não estar aqui e quero tanto um beijo, meu amor. Não diga mais nunca, nem brincando, que não acredita quando eu falar que estou morrendo de saudades. Morrendo.

segunda-feira, junho 19, 2006

Quando bate ...

Mas não é mera coincidência que ela caia doente logo na proximidade das férias daquele companheiro de trabalho. Ainda mais de doença assim, sem nome. Passariam um mês distantes. É bem verdade que já não vinham se vendo, se ligando, enfim, se comunicando como antes o fariam com tanto agrado. Mas ainda havia a proximidade geográfica. Sabiam que era só uma questão de duas quadras para um abraço. Para uma mudança de idéia de qualquer das partes. Para um impulso desesperado dela para dizer-lhe a verdade. Havia ainda os amigos em comum, que antes eram só dele, mas depois ela também se apossou. Quando ela deparava com algum deles podia ver o rapaz do lado. Mesmo que nem chegassem a tocar no nome do dito cujo. Qualquer dos amigos traziam o rapaz dela em si e aquilo a revitalizava.
Podemos ainda considerar que havia, e isto talvez seja o principal, havia a situação em comum pela qual ambos passavam naquela repartição. Sabiam que aquele não era o lugar deles, que não estavam completamente ( nem mesmo inclompletamente) satisfeitos e que cedo ou tarde teriam de partir. Ou enlouqueceriam. Ou pereceriam. O engraçado é que sabiam disso antes de se conhecerem. Mas antes sabiam com menos força e por vezes até esqueciam, visto que esta idéia não encontrava nem espaço, nem corpos, nem mentes para propagar-se. Por isso, logo que se viram, na primeira troca de olhares se sentiram cúmplices. Ampararam-se um pelos braços do outro da queda vazia que tinha sido suas vidas até então. É óbvio que se apaixonaram; talvez pelo reflexo que conseguiam ver de si no outro. O fato é que ela se apaixonou mais e ele se assustou e pediu férias. Férias de um emprego insatisfatório junto com as férias de um amor com o qual não sabia lidar. Ele deve está a surfar, pois pediu férias. E a pobre está pra morrer agora.

sexta-feira, junho 16, 2006

Quando eu me sinto assim

E o choro vem rompendo Pedindo pra ser chorado Enquanto minha racionalidade diz que não Que é inútil Que é mesmo desnecessário Porque está tudo aparentemente muito bom Um baralho e amigos de verdade Que têm as almas mais puras que conheço Mas que sabem blefar em jogo e cozinhar O que é perfeito Mas se forma um nó no pêndulo que há na minha garganta E eu não sei quem foi que fez Que quer me ver chorar Quando é hora de ser feliz no carro Ao lado da pessoa viva que mais amo Ele dizendo-me palavras bonitas e acariando meus cabelos E as lágrimas que eu tentei ao máximo segurar me escorrendo teimosas dos olhos Como é que eu vou explicar? Não, não gosto de ficar sem música no carro Principalmente quando estou só, me faz sentir ainda mais só E ele me diz que a vida não tem trilha sonora Enquanto eu lamento que deveria ter sim Queria agora ao menos qualquer barulho nos ouvidos pra esquecer quem sou O que me falta e o que me faz chorar Finjo que não sei Não sei fingir O sinal vermelho dura só trinta segundos Pra mim, uma eternidade .

quinta-feira, junho 15, 2006

Fenômeno - Frases ´*fenomenais* que ouvi durante o jogo do Brasil












No inicío:
"Ronaldo, gordinho"
"Gordinho não, gordão, nem corre"

Algum tempo depois:
"O Brasil tá jogando só com dez"

Quando o Ronaldo não estava sendo filmado:
"O Ronaldo deve tá sentado lá no meio da quadra, descansando"

Algumas mulheres se compadecem:
"É muita energia negativa em cima do bichinho"
"É mesmo, má vibrações não ajudam"

Um homem ironiza:
" Vai magrinho, etiópio, confio em você"

Mulheres:
"Olha a carinha dele, chega está triste"

Homens:
"Deve ser fome"

Alguns analisam do ponto de vista mercadológico:
"O Ronaldo só tá jogando porque a Nike é que manda neste jogo e na copa todinha"

Quando o Ronaldo foi substituído:
"Ainda bem"
"Agora sim, vai merendar!"
"Tadinho..."


É, mas mesmo assim não teve nenhum gol. Óbvio que vou defender. Tenho horror a esta sociedade que martiriza os gordos. Eu, e pelo jeito, as mulheres que assistiram o jogo comigo, porque a gente é que sofre mais com a cobrança social. Por isso, no que diz respeito a forma, torço pelo Ronaldo. Mesmo que pra determinados esportes a leveza seja quase fundamental. Q_ U_ A_ S_E, e nisto cabe um universo de possibilidades que ultrapassam nossa limitade percepção.
Talvez existam motivos não tão bonitos quanto a confiança do Parreira na capacidade do Ronaldo para que ele seja titular da seleção. A causa pode ser mercadológica, por ele ser garoto propaganda da Nike, e se for, isso é condenável. Feio. Mas , limitando-me ao fato de o condenarem pela gordura, eu o defendo. Óbvio. E não digam q isso é ressentimento por eu não estar na minha melhor forma :-)

segunda-feira, junho 12, 2006

Eu sou de nós dois


Se a estrada me chama lá fora
Sem você meu mundo é deserto
Eu sei que juntos nós vamos embora
E este momento já está bem perto

sábado, junho 10, 2006

Historinha: A gotinha que queria ser mais

Era uma vez uma gotinha que não sabia se era gota de mar, gota de lágrima ou gota de chuva. Na verdade, isso não importa pra nós. O que interessa é que esta gotinha tinha gana de ser o mar, o pranto, o temporal. Vivia sua vida fazendo caso, engrandecendo qualquer mínimo
acontecimento e, com isso, arrumando diversas confusões. Não percebia que é isso que a vaidade gera. Sinceramente gotinha, eu acho que você deveria reduzir-se a sua insignificância.

quarta-feira, junho 07, 2006

Ela o fez até tomar banho

Só porque ele tinha só dez anos não significava que não pudesse de apaixonar por uma moça de dezessete anos. Ela era tão linda! Tão legal! E ele estava prestes a completar onze anos, daí iam ser apenas seis anos de diferença...isso daqui a uns vinte anos ia ser quase nada. Ele com 31, ela com 37 e linda como sempre; eles casados, felizes para sempre. sei lá que se passava pela cabeça dele, mas que tava caidinho, ah estava!
Engana-se quem pensa que criança não ama de verdade. Ora, se até muda por causa da paixão! Ele nem gostava de tomar banho, todo dia era uma luta : o pai pedia, o irmão mais velho gritava, mas não tinha jeito, várias vezes o menino ia dormir imundo de sujo. Pois não é que quando conheceu a moça vivia limpinho?! Era só ela inclinar a cabeçinha e perguntar se ele havia se banhado que ele corria acima as escadas e voltava com um cheiro! E ela lhe dava um cheiro! E a noite estava ganha...
Não importava mesmo que ela tivesse namorado e que ele conhecesse e até simpatizasse como namorado dela. Ora, o namorado morava no mesmo prédio e foi graças a ele que a linda moça tinha ido parar por lá. O garotinho era muito era agradeçido ao namorado da moça por este trazer-lhe tal preciosidade. E o amor que ele a tinha não ardia em ciúmes e contentava-se com um abraço quase fraternal, quase maternal; com um sorriso; com uma demostração de cuidado; com um mínimo de atenção feminina.
É, ele não tinha mais mãe e a irmã dele sou eu.

sexta-feira, junho 02, 2006

Reencontro










Fazia tempo que não o via, e de novo foi bom. Ela tinha tanto medo que
a distância tivesse levado algo, tremia só de pensar revê-lo e serem tomados
por aquele silêncio constrangedor, aquele sorriso amarelo, aquela falta de criatividade no diálogo. Mas foi tudo medo bobo. Lá estava ele, o mesmo ele, só que careca. E ele viu a mesma ela, apesar dela está uns 10 quilos mais gorda. Ela riu porque ele pôs a camiseta que ele mesmo havia pintado, só pra ele ver e elogiar. O silêncio, ao invés de constrangedor, foi denunciador e cheio de entendimentos. Pensavam ambos em como era bom quanto estavam juntos, mas que era-lhes impossível ser mais próximos. Algumas coisas têm que ser assim,
e havia algum encanto nisso. Os sorrisos foram de um alívio contido, pois ao sorrirem recorriam-lhes os pensamentos de que a presença de um ao outro era mais agradável do que poderia ser. E todo mundo sabe, quando se pensa que é feliz, arranja um problema e um meio de deixar de ser tão. O papo propiciou-lhes, como ele gostava de dizer, prazer intelectual. Mas eles sabem que foi bem mais do que isso. No abraço de despedida quase não se largaram, mas uma hora ela se foi pra não sei quando.

domingo, maio 28, 2006

Conquista Lúdica

O chefe depositou nela muita confiança, ela notou logo de cara. Tá certo, ela tinha se formado em Publicidade, mas daí a ser plublicitária era outra coisa. Mesmo. Ele tinha apostado nela e estava certo de ter acertado. Surpreendia-se com a moça a cada novo instante e a descoberta de seu talento inerente deixava-o mais e mais empolgado. Logo começou a atribuir-lhe muitas missões. Responsabilidades. Ela não sabia se ficava feliz ou se ficava preocupada. Uma mistura só. Era um mérito ter sido convidada para o jogo, mas o jogo era real. Gostava do desafio que tinha nas mãos, mas se perguntava se daria conta; duvidando de sua própria capacidade. O chefe não duvidada, sabia conhecer as pessoas de pronto e desta moça já havia escanneado a alma. Isso faz mais de quinze dias. Duas semanas nas quais sua testa se franzia e seu respirar era contido. Hoje ela acordou consigo refletida no espelho. Puxou o ar com força até bem fundo, soltou devagar enquando em seu rosto se desenhava um sorriso. Hoje ela descobriu seu poder, soube que estava preparada para começar a partida. Só hoje a moça percebeu que era realmente o início de uma instigante aventura.

segunda-feira, maio 22, 2006

Pra quem polui as praias












O mar tá cheio
E cospe o tempo todo
Cheio de lixo
Vomita garrafas e sacos plásticos
Nos pés de quem
Inocentemente
Se aventurou a caminhar em sua beira
Ah, se o mar estivesse limpo
Como eu queria beber o mar

sexta-feira, maio 19, 2006

Raquel e a Agenda



Raquel faz agenda. Ela diz que faz agenda pra se organizar, ou ao menos pra tentar. Marca os compromissos, como se inscrever na pós-graduação do curso tal e buscar a mamãe na Faculdade; as datas especiais, como os aniversários dos amigos e, é claro, os acontecimentos marcantes, como aquele encontro romântico. Mas suspeito que ela faz agenda pra sentir-se no mundo, ser atuante ao passar dos dias nos quais ela escreve o que fez e o que ainda falta fazer. Raquel deixa de escrever apenas quando viaja, que é quando ela deixa a agenda em casa e trata só de viver. Mas ao voltar e ver as páginas em branco, ela sente uma saudade tão vazia que se pergunta se viveu de fato aqueles dias. Não fora um sonho os bons dias que viveu em outro lugar, sem tempo e sem agenda? Incrível como fazer agenda dar à Raquel uma sensação de pertinência mundana e de utilidade. Ora, se escreve que tem que pegar o irmão no colégio, é porque é algo seu e a isso atribui valor. E nisso se cria uma ilusão tão necessária de importância. Além da transcendência que se sugere, pois quando Raquel não estiver mais aqui, seus escritos hão de estar. E os mais íntimos vão pegar sua agenda, folheá-la e sentir a Raquelzinha naquelas palavras. E sentir que ela era tão boa! Outras vezes tão boba que sentirão vontade de abraçá-la e não poderão mais fazê-lo. Tão ocupada era nossa Raquel e se preocupando se me ofendi quando ela me disso aquilo? Como pode?! Eu mesmo nem lembrava mais. E vão manchar de lágrimas os escritos da moça, num misto de ternura e culpa. Pois a Raquel, que agora é lembrança, lembrou.

quinta-feira, maio 18, 2006

(IR)REALIDADE

Acabou-se
Dentro d´água
Adicione o pó
Beba logo
Acabou-se

Tudo é tão instantâneo
Que parece irreal
Sim
Porque a realidade precisa tempo pra ser arraigada ,vivida e entendida(?)

Temos de sentí-la como um tremor sob os pés
Aprendermos a nos equilibrar
Caminhar entre suas fendas
Tê-la e ser dela
Seja como vier
Pra depois, insatisfeitos, tentarmos mudá-la
Seja como for


Mas tá tudo tão
Tão efêmero
Bolha de sabão
Reluzente e ascendente
Que logo já não é mais

Tudo tá tão instantâneo
A situação vem e se dissipa
Num ritual quase virtual
Aquele beijo, àquela noite, você chegou a me dar?
Beijo em pó que minha saliva dissolveu

Me sinto a flutuar
Sem o alívio que isso dá
Como um ateu às beiras da morte
Fica o vazio

terça-feira, maio 16, 2006

Pra você ver

Quando eu era pequena, iam na sala de aula deixar o carnê de pagamento da mensalidade escolar. Um dia, certo coleguinha de classe, ao ver o funcionário da escola chegando com os carnês na mão, gritou:

_ Olha o carneiro!

Eu quase morri de rir, juntamente com o restante dos amiguinhos. Também ia às gargalhadas quando algum gaiatinho da sala respondia "presidente!" ao invés de "presente" na hora da chamada. Eram tolices que me faziam feliz.

Se hoje em dia eu presenciasse qualquer dessas situação, provavelmente ia olhar pra quem gritou a besteira com uma cara repressora de ponto de interrogação. Talvez até balançasse a cabeça negativamente, se encontrasse olhares cúmplices no ambiente. E o coitado ia ficar morrendo de vergonha pra aprender que isso não é coisa que se faça.

Pra você ver como a gente incorpora valores e partir deles julga as pessoas.
Pra você ver como a gente muda com o tempo, nem sempre pra melhor. Pra você ver como são as coisas. Pra você ver.

domingo, maio 14, 2006

.Mãe. .Mães. .Gosto de Filha.

















Não sem um ponta de melancolia
Hoje te sinto
Mãe
Mas não sinto em falta
Sinto-te forte
Presente em todas as mães do Universo
Na beleza das energias harmônicas
Dos pensamentos bons
Na força da mãe Natureza
Porque sua alma se expandiu
E a minha segue-te e se expande além
Sou infinitamente filha
E sinto gosto de filha

sexta-feira, maio 12, 2006

O que se vai


Caminhava e caminhava. O vento teimava em levar seus cabelos d´ouro para o lado oposto. A areia penetrava-lhe entre os dedos dos pés que de vez em quando eram banhados pelo mar. Seus pés estavam salgados.Sim. Mas ele nem estava lá para sentir. Como era bom aquele tempo em que ele, meio brincando, ajoelhava-se e beijava cada um de seus dedos. Depois levantava-se, arrodeava-lhe o corpo de maneira a ficar de frente para as costas dela, afastava-lhe o cabelo da nuca e desabotoava seu colar. Só então completava a volta em torno do corpo da bela moça e quando estavam frente a frente punha o colar sobre seus loiros cabelos, como que a coroá-la. Como era bom nestes momentos ter como trilha sonora o silêncio mútuo entrecortado por uma ou outra risada de prazer e estranheza. Mas agora ela caminhava na praia. E ele não estava lá. Era uma independência que ela não queria e tinha enquanto pensava na efemeridade de qualquer coisa. Daquele graveto que agora via e que um dia fora árvore de vida. Pegou-o pela mão, textura de toco molhado não era das suas preferidas, mas ainda assim agachou-se para rabiscar na areia. Um nome. Não o dela. Não o de um par romântico que ela ainda gostaria que existisse. O dele, apenas. Porém, a doce ilusão de presença trazida pelo nome escrito a seus pés na areia pouco durou. Uma onda que ninguém chamou veio e consigo o levou. Ela sorriu melancólica, como se tivesse captado alguma verdade escondida da existência. Caminhava e caminhava.

sábado, maio 06, 2006

Zé Boquinha

Pense num cara bom de boca. Daqueles que adoram fazer uma boquinha aonde quer que vá e já chega na casa dos amigos ( ou só dos conhecidos mesmo) abrindo a geladeira, perguntando se não tem merenda, reclamando que tá com fome...Essas coisas. Ainda era magro de ruim, quase de propósito, para despertar a inveja dos gorduchinhos que já foram vítimas sua. Pois este bendito sujeito estava num dia de sorte. Mais tarde ia ser comemorado o aniversário de um ano da filhinha da prima do cunhado dele. Ele ouviu a irmã marcar combinar com o namorado pelo telefone e foi logo se escalando. Fez tanta zoada que a moça permitiu que ele fosse. Ora, se que ela não o tivesse permitido, ele iria seguí-la mesmo! Pois agora está lá o nosso amigo diante daquele monte de salgadinhos, enquanto as crianças correm pelo Buffet. É, era festa de gente chique. Mas isto não o intimidou, ele não se fez de rogado e foi colocando tudo que era comestível pra dentro. Comeu até não agüentar mais. Até fazer cara de enjôo e pôr a mão no estômago, inclinando-se um pouco e fazendo um gemido. Sua irmão nem viu, tava era longe dele pois não queria passar vergonha. Quem o acudiu foi uma senhora muito arrumada, talvez bulímica, que perguntou com um sorriso no rosto se ele estava bem. Ele fez que não com a cabeça.

_ Meu filho, se não está se sentindo bem, não se acanhe : vá ao banheiro e ponha o dedo na goela.

Ao que ele instantaneamente respondeu:

_ Minha senhora, se aqui coubesse meu dedo eu comia era mais uma coxinha.

Pois é.

sexta-feira, maio 05, 2006

Comunicação : quem faz é quem ouve

Banabuiú _ O Vale das Borboletas

O nome Banabuiú é de origem tupi e significa brejo ou pântano das borboletas. Entender o seu real significado não é tão simples. Há tantos mistérios escondidos em Banabuiú quanto as metáforas dos poetas violeiros
Quem primeiro habitou essas terras foram os índios tupis. Há muito tempo, antes dos brancos invadirem, muito mais de 500 anos, num tempo perdido no tempo. Haviam milhares de tribos de índios margeando o rio Banabuiú. O lugar era propício a vida, com água limpa, com fartura de pesca e caça.
O nascimento de um índio era rodeado de rituais de preparação. As mulheres que esperavam o rebento eram pintadas com as marcas da fertilidade, enfeitadas com as mais lindas penas e pedras. O dia do nascimento era o início de uma grande festa que durava uma semana. O pai oferecia a toda tribo suas caças e pescas para um banquete ao redor da grande fogueira.
O ritual do nascimento ainda não estava completo até que acontecesse o primeiro eclipse. Somente na noite da grande escuridão é que as crianças eram iniciadas e se tornariam seres especiais. As mães preparavam um cesto feito de cipó e colocavam confortavelmente suas crias dentro. Os pais pintados para o ritual seguiam com os cestos para a margem do rio. Dançavam ao redor dos cestos com tochas entregando os pequenos índios à proteção da deusa Amanaiara. Seguiam para a alma do sertão.
Era então uma questão de tempo. Quando a lua escondia-se na sombra da Terra e se ocultava a natureza se transformava. Os pássaros inquietos faziam burburinho nas árvores. Os bichos se alteravam. E exatamente nesse momento surgia da escuridão uma borboleta. Grande como poucos pássaros, reluzente que parecia ter luz própria. Cortava o céu com um balé incrível deixando o rastro de sua luz no breu.
Ela era a guardiã do vale. Assim, a Borboleta mergulhava nas águas do rio e abraçava a criança na cesta tornando-o também guardião do rio. Essa história está desenhada nas pedras que os índios deixaram pintadas. Muita gente até já viu a Borboleta, as vezes ela é confundida com disco voador. Isso por causa do seu tamanho fora do comum. Agora que você sabe o que significa Banabuiú, saiba que ainda estamos naquela tribo e você é guardião desse lugar. Proteja-o.

Autor Desconhecido , Fotografia de Thiago Braga

domingo, abril 30, 2006

O almoço

Ele tinha direito. Tenho que concordar. Ora! Tinha passado a manhã inteira no para lá e para cá de sua moto, trabalhando com cobranças de empresa funerária, enfrentando trânsito e aqueles xingamentos que só motoqueiros recebem. Uns bem merecidos, também devo concordar. O fato é que deu meio dia e ele tinha conseguido juntar umas gorgetas. Como sempre. Mas no meio dio daquele dia ele estava com uma fome daquelas e passou bem em frente a um restaurante de gente chique. Ainda baixou a cabeça pra pensar alguns segundos se iria fazer realmente aquilo. Tirou o dinheiro que tinha no bolso da jaquela. Contou. Eram justos quinze reais. Ele devia juntar, guardar pra comprar o de comer do filhinho de um ano que o esperava em casa; ou então algum agrado pra mulher, que merecia. Mas dessa vez não. O cheiro das variadas iguarias faltavam lhe colocar no colo e carregar pelos braços pro restaurante. Pra ele ver o que era comer bem. Ele foi. Se deixou levar. Resolveu se dar àquela mordomia. Ora mais! Quando se pôs diante dos pratos expostos no self service, qualquer culpa que ainda havia dissipou-se. Pegou um prato vazio, entrou na fila fazendo postura de patrão, e foi colocando as coisas no prato. Primeiro, só de pouquinho, como viu uma senhora de meia-fina que estava à sua frente fazer. Depois ela saiu de seu caminho e ele se sentiu mais livre pra ir colocando cada vez mais à medida que passava pelas diferentes bandejas. Pegou de tudo, menos arroz e feijão, que isso ele comia em casa. Quando foi pesar deu treze reais. Nossa! Quase deu remorso, mas ele olhou pra cara do atendente, olhou pro prato, olhou pro atendente de novo e perguntou quanto era uma fanta. Um e sessenta. Pediu uma e pegou a nota. Sentou-se pra comer e teve uma das melhores experiências gastrônomicas da sua vida. E ele nem sabia o que era gastronômica. Comeu que se fartou, que todo o seu aparelho digestivo fez festa. E sentiu assim, uma onda boa de status a percorrer-lhe o corpo. Ele ali, comendo no ar-condicionando, com toda aquela gente importante. Ao terminar ainda ficou olhando ao redor, meio sem crer, querendo curtir até o fim toda aquela prazeirosa situação. Só quando ouviu alguém falar as horas levantou. Foi com sua nota até o caixa, entregou os quinze reais, recebeu os quarenta centavos de troco. Saiu olhando pra moedas, mas não sabia porque elas lhe davam uma certa culpa misturada a uma sensação de pobreza. Comprou quantro big-bigs na banquinha da esquina. Pronto.

quinta-feira, abril 27, 2006

Coisa de Mãe

Eu estava lá quando o telefone tocou e ela atendeu. Deu pra ouvir a metade do diálogo que lhe cabia lá do quarto do meu namorado, enquanto ele se entretinha com a câmera. Foi algo maios ou menos assim:

_Alô?
_ ---
_Oi. Onde você tá?
_ ---
_Tá com quem? Fazendo o que?
_ ---
_E o que é que você quer?
_ ---
_Hum...
_ ---
_Não meu filho, jamais que eu ia lhe negar um prato de comida...
_ ---
_ Isso pode vir pegar que vou pôr pra você. Ó, mas quando chegar fique no portão. Vou mandar a Juliana ir deixar o almoço, eu não quero lhe ver não.
_ ---
_ Hum...Tchau.

Deu pra adivinhar que mais uma vez ela o havia posto para fora de casa por causa das drogas. Mas é sempre um pseudo-exílio, ele sempre volta e ela até tenta não ceder, mas mais tarde acabao acolhendo com esperanças de que ele largue esta vida. E da próxima vez que eu for lá ele vai estardeitado na rede da sala, vendo TV e comendo um grande sanduíche. Ela vai tentar me olhar como se nada tivesse acontecido, depois de tantas promessar que isso e que aquilo. Mas em seu olhar restará perceptível uma ponta de resignaçãoe ela vai engolir saliva tentando conter uma lágrima.

sábado, abril 22, 2006

João Victor , o que é que há?

Ele conversa numa língua estranha, as poucas e repetidas palavras que lhe saem são quase* todas inteligíveis: ABÁ, TUTUTU, ULIA, XXXX, BUAB e por aí vai. Porém, os gestos e as expressões faciais que ele combina com estes sons que emite não deixam dúvidas. São de tanto deslumbramento perante o mundo! Coisa de levantar o braço e sorrir que só tem quem aprende a cada instante algo novo e se sente alegre com isso. Sem nem saber.
E eu pouso meu olhar no pequeno que nem meu é, encantada e um pouco invejosa, enquanto ele brinca com tudo. Porque tudo que existe torna-se brinquedo seu. Ele se dá e brinca, todo curioso. Só às vezes é que me encara acidentalmente pra descobrir o que é que há no meu olhar. O que é que há?


*Digo quase, porque de vez em quando ele arrisca um MAMA, PAPA que faz parte da linguagem universal dos bebês.

quinta-feira, abril 20, 2006

O Desafio é: escrever um texto onde caiba a frase "mas amar não é ter sempre certeza"

Ela perguntou mais umas de suas perguntas malucas fora de hora enquanto se dirigiam à casa de uns amigos:

_ Amor, qual é a raiz cúbica de 1728?

Ele ficou pensativo. E ela completou que se ele errasse era porque não a amava mais. Então ele falou:

_É 12,minha linda. Mas amar não é ter que ter sempre certeza.

É ela era extremamente sensível, e um pouco maluquinha.


http://www.orkut.com/CommMsgPost.aspx?cmm=241278&tid=13653948

domingo, abril 16, 2006

Sentei e conversei. Como se espera de uma pessoa adulta. Mas suspeito que ainda não sou eu esta pessoa...

...Ele estava ainda a dormir, chegara a pouco da longa viagem que tinha durado a madrugada toda e seu corpo estava cansado. Cansado e virado para a da parede, na qual a cama tocava do lado direito de quem entra. Esquerdo de quem sai. Ela entrou, bem direitinho, e sentou-se na ponta da cama de casal , como se não quisesse invadir o espaço que antes tinha uma mãe. Chamou o nome dele baixo para não o acordar muito e quando ele balbulciou "Hum?" ela esticou o braço e lhe entregou um livro que sabia que ele gostava. Depois viria a notícia ruim. E veio e foi. Assim: " Pai, bati o carro na coluna da garagem ao estacionar. Não tenho justificativas, fui desatenta novamente e estou aqui para ouvir o que já sei que vai me dizer, que você já sabe que eu já sei, mas que precisa falar". Ele, que não havia dito palavra, calou-se mais ainda. Ela não via seu rosto, pela posição desfavorável, mas podia adivinhar a expressão de decepção que devia estar a lhe estampar a face. Já as faces dela, esquetavam para produzir o choro que já viria. Passaram mudos ainda algum tempo; e quando ele resolveu falar a voz saiu suave: " minha filha, eu só não quero perder você. Mas você deve passar algum tempo sem pegar no carro, andando a pé e de ônibus para criar consciência." Ela já ia respirando de alívio. Não deu tempo. Não era só isso o que ele tinha a lhe dizer. A situação inusitada, adultamente inusitada, abriu porta e janelas para que a conversa se libertar por assuntos que ainda doiam nela, porque estavam verdes. E não, ela não sabia qual caminho seguir na vida, por isso não espondeu quando o pai perguntou o que poderia fazer por ela. Ele faria qualquer coisa. Ela levantou-se esquerda, deitou na rede da varanda fria, e chorou a Páscoa toda.

quarta-feira, abril 12, 2006

...


"Somos quase livres, isso é pior do que a prisão"

( Engenheiros do Hawaii)

Isso é Dasein

Isso não é o que se pode chamar de uma história original
mas não importa: é a vida real
acordar de madrugada vindo de outro planeta
sentir-se só
uma criança num berço de ouro
e a ferrugem ao seu redor

os muros da cidade falavam alto demais
coisas que ela não podia mudar nem suportar
ela quis voltar para casa
cansou da violência que ninguém mais via
viu milhões de fotografias e achou todas iguais

ofereci abrigo, um lugar para ficar
ela me olhou como se soubesse desde o início
que eu também não era dali
e quando sorriu ficou ainda mais bonita
tinha a força de quem sabeque a hora certa vai chegar
lágrimas no sorrisomãe e filha, chuva e sol
segredos que não podia guardare não conseguia contar

ainda ando pelas mesmas ruas
a cidade cresce e tudo fica cada vez menor
agora eu sei que a vida não é um jogo de palavras cruzadas
onde tudo se encaixa
o que será que ela quis dizer?
5 letras, começando com a letra A...

conta pra mim o que te fez chorar
nunca mais quero te ver chorar
nunca mais...

(Nunca Mais _ Engenheiros do Hawaii)

* Clicando no título você acha a música pra ouvir :-)

sexta-feira, abril 07, 2006

D E S A B A F O

Até quando esta vaidade? Até quando eu vou encarar o mundo como um palco com as mãos coçando para me aplaudir? esperando meu próximo ato? Não dá mais! Até agora, enquanto escrevo, não sinto verdade crua nas minhas palavras... porque sempre penso em quem possa vir a ler isso. Quem será meu espectador? E me perco de dizer o que devia dizer a mim. Mas no fundo também não serei eu espectadora de mim mesmo? Todos nós não somos? Há sempre o outro, o além e é nessa falta de limites, nesta~ânsia de encontros, que me embanano toda.

segunda-feira, abril 03, 2006

Desespero inesperado


Meu amor, o que há?
Estás deixando de me amar?
Porque sinto este oco de ti em mim?
Meu corpo percebe o seu vazio.

Tu descolas o sentimento que me tinhas do coração
Vens invisível passar uma borracha sob meus neurônios para deletar nossos bons momentosMas me dói tudo que de ti se vai
Me dói o que fica de nossas briguinhas tolas por nada

Briguinhas tolas por coisinhas tolas
Como uma luz acesa no momento errado
Ou uma torneira que, independente da nossa vontade, não quer parar de pingar
É assim que o amor se esvai?

Como se uma careta pudesse desmanchar tudo que vivemos
Somado a tudo que jamais vivemos, porém sonhamos em par...

E antecipo o choro pelo fim
O fim que se insinuas por vir
"nem tão longe que eu não possa ver, nem tão perto que eu possa tocar"

Talvez aches ser cedo para dizer
Mas um de meus tantos delírios
Pode um Bebê existir antes mesmo do ato de sua concepção?

Mas é o fim. Já o sinto.
É tudo que eu não quero
Tudo que eu não posso evitar

quinta-feira, março 30, 2006

Astronauta, tá sentindo falta da terra?

Médico, Advogado, Professor...Eu? Meu sonho é ser astrounauta. Foi o que eu disse quando me perguntaram. Mas todos riram de mim e agora eu vou pro espaço e vocês me vêem pela TV. É uma pena que eu não possa ver as suas caras...

terça-feira, março 21, 2006

Arnaldo Jabor

" ...existem chatos do bem e chatos do mal, mas todos se encontram no infinito"

O orkut é o infinito. É a minha certeira opinião.


ps. clique no título para ler todo o texto do Jabor. Engraçadíssimo!

Eu que fiz este e-mail pro pai. E sou exibida. E vou ganhar o tênis.

Meus cumprimentos. Venho através deste e-mail informar à empresa Nike que fui premiado com um de seus produtos com defeito de fabricação. Não é ironia, considero mesmo um prêmio, visto que é raro que ocorra tal incidêndia, mas também inevitável que não ocorra visto à quantidade de tênis que fabricam. O caso é o seguinte: adquiri um produto da empresa NIKE (o Tênis Total 90 III IC _ Nº37_cor prata com azul) para o meu filho Paulo Henrique, há cerca de três meses atrás (15/12/05) . O tênis apresentou defeito embora tenha sido usado normalmente, pra prática esportiva futibolística, como é a sua finalidade. O Paulinho tem altura e peso compatíveis com os seus onze anos e adora jogar bola com os amiguinhos, ficou decepcionado quando seu tênis novinho começou a descolar. Trata-se do descolamento da sola do tênis esquerdo, iniciando pela parte frontal e indo até quase metade do sapato. Já adquiri outros produtos da Nike e sei que isto não é comum. Um produto de uma empresa de qualidade como é a Nike, certamente não apresentaria tal defeito, menos ainda em tão pouco tempo. Como ensinado no informativo da empresa sobre "condições de troca", recorri à loja onde foi feita a compra, mas fui informado de que devido ao prazo ( 96 dias da compra) eu deveria entrar em contato direto com o fabricante. Creio que seja do interesse da NIKE saber do ocorrido e poder reparar o dano, para que continuem com a credibilidade da qual merecidamente goza . Tenho em mãos o extrato do
cartão de crédito que comprova a compra no dia em que a mesma ocorreu. O produto está aqui disponível para análise. Estou também com a caixa do sapato configurando a compra na loja ESPOSENDE em 15/12/2005. Tenho certeza que a Nike garantirá a troca do produto ao comprovar o defeito de fabricação e já agradeço antecipadamente. Abaixo segue o endereço e o telefone da loja onde comprei o Tênis Total 90 III IC , segue também meu endereço e telefone para contato:

LOJA ESPOSENDE: Av. Santos Dumond 3131- Lj. 119-120-127-128- Aldeota -Shopping Center Del Paseo - CEP 60.150-162. Fortaleza Ceará. Fone: ( 85) 34563666

CONSUMIDOR:
Edmilson L. P.
Rua XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Fone: **********

Como devo proceder diante de tal situação? Vocês entram em contato com a Loja?
Aguardo resposta.

Um abraço

Edmilson L. P.

domingo, março 12, 2006

quinta-feira, março 09, 2006

" Meu diário" (e minha necessidade de me apossar das coisas através dos pronomes possessivos

Hoje é "dia da mulher" e se me perguntassem o que eu queria agora eu responderia sem pestanejar: uma massagem. Uma massagem completa no corpo, no ego, na alma.Eu numa cama deitada sem roupa, sem brincos,sem nada...até sem malícia, por enquanto. E você comig, meu amor. E nós dois com uma música suave a penetrar nos ouvidos, com uma claridade quase branca para ver-mo-nos por inteiro. Por isso, vem passear suas mãos bem devagar pelo meu corpo macio porque ele todo me dói. Acalma a minha pele enquanto minhas lágrimas me lavam o rosto, de satisfação carnal e de amor transcendental por ti. Respira no meu ritmo, bem devagam e não diz nada; eu já sei...já sei.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Issos

Lendo:

" Olhai os Lírio do Campo" _ Érico Veríssimo
" A Cura Quântica" _ Dr. Deepak Chopra
"O Indiferente e O Fim do Ciúme" _ Marcel Poust

Tudo paralelamente e a maior parte na bibicleta ergométrica. Daqui a pouco estou misturando as histórias.E com suor , também.

Hoje é aniversário do meu irmão mais novo, Paulinho, e eu estou descobrindo que gosto bem mais deste moleque do que eu pensava. Nem tenho mais medo de que me queiram pôr no lugar da mãe (pra ele), antes eu tinha horror a esta idéia. Cada um sabe de si e nós somos o que somos.

Tou pensando em passar o carnaval no Trairí, e espero em um mês não
tão distante fugir de férias pra Picos pra respirar outros ares, porque o ar de Fortaleza já não me agüenta mais.

E agora o q sinto é um desconforto abdominal e sede, mas fui pegar água na geladeira e tá com um gosto ruuuuuuuim. Apoto que colocaram a água fervida na garrafá. Fica podre!

É, eu tenho certeza que a mente pode muito mais do que eu acredito q ela possa. Talvez aind atenha receio de usar todo poder. Mas estamos aprendendo.

.

Eu gosto de lutar. Mas englobe ao prêmio o abraço de queridos.

domingo, janeiro 29, 2006

Felicidade e Inspiração não se excluem em mim hoje...algo ESTÁ acontecendo

HORIZONTE



Por onde você entrou?
Que não te absorvo apenas por meus sentidos
Pois te sinto agora, que não estás
E meu amor por ti transborda
Me faz chorar do bem

Quero saber agora o que te faria feliz
És feliz?!Sei que sim.
È possível que seja mais?
Me diz
Me diz que sim, porque eu preciso fazer o que for.

Não, não gosto de me sentir em dívida
E mais, você merece tanto!
Por vezes chego a te culpar por minha felicidade
Me ensina, então,
Como fazer para que se me imaginares longe pra sempre sinta tanta dor quanto eu
_quando não existias para mim_
Que eu te prometo que nunca irei
Jamais
E te evito até a possibilidade do maior sofrimento
Que é perder quem se ama .
.
.
Quando isso é se perder de si

Por que você me disse baixinho no ouvido um “eu te amo”
Que atingiu os nervos mais escondidos da minha alma
E me fez tremer todinha
E me tirou da Matrix pra eu dormir um sonho tão bom!
Onde era sábado já escuro num Universo infinito e desconhecido
Mas você estava deitado todo torto no colchão
Abraçado de mim em fantasia
Eu, abraçada de ti de verdade

Na verdade
.
.
Mas me senti tão livre.
Você sabe, estas coisas malucas que só acontecem em sonhos

Fechei os olhos e olhei para ti
Que está até no avesso das minhas pálpebras
E consegui, enfim, ver as reticências do tempo na horizontal
O futuro não mais me chora
Três Pontinhos

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Se você pudesse dizer uma coisa só pra todo mundo agora o que você diria?
.
.
.
.
.
.
.
Fica aí pensando, tou meio boba pra escrever hoje, tou me sentindo muito bem.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Hoje

Algo me diz que desta vez...

E este algo sou eu.

Indo.Indo.Indo.

Ganhei de Presente...deixa eu me exibir, vai? :-) OBRIGADA DOLFO!

Gina flor
Para Gina Emanuela de Carvalho de Cerqueira e Pinheiro


há um olhar
profundo, raro e bonito
que se esconde aflito
por detrás de lentes
para que a existência seja mais
que simplesmente

bela

com um coração de sangue
que não se vê mas se sente
quando se avermelham
suas madeixas envolventes
verde olhar coração de prata
prezo em correntes
sugerindo indecente queda

em delicadas sardas
vejo estrelas
no brilho da Gina flor
de Fortaleza


Dolfo observando foto postada em 14/03/2005 por Gina em seu blog.


Foto em:http://ginaemanuela.fotoblog.uol.com.br/photo20050314200300.html