quarta-feira, agosto 30, 2006

sábado, agosto 26, 2006

Coisinhas proibidas

Quando pequena eu brincava de cada coisa. Lembrei hoje que fui uma menina de dez anos que brincava de novela. A novela era "Simplesmente Maria" e a encenação dava-se em minha cada, a tarde, quando meus pais saiam para trabalhar. Reuníamo-nos eu, meu irmão imediatamente mais novo e mais duas amiguinhas e dois amiguinhos vizinhos. Aproveitávamos a casa vazia para dar espaço à nossa brincadeira proibida. Sim, era muito proibida. Porque me lembro que grande parte do capítulo da nossa novela acontecia nos quartos, cada pequeno casal em seu grande e deslumbrante quarto. Eu pegava meu par romântico e deitava na cama dos meus pais. Não, não malde. Nós realmente só deitávamos, um ao lado do outro, tomando um cuidado secreto e minucioso para que nossos corpinhos nem chegassem a se tocar. Mas eu sentia uma emoção enorme. Estar ali deitada, ainda que imóvel, ao lado de outra pessoa, de outro sexo era uma de uma intimidade pecaminosa. E eu, tão nova, jamais havia experimentado nada igual. Minha respiração se fazia ofegante e meu coraçãozinho faltava me sair pela boca. O menino do meu lado? Não, nem sei o que pensava. Era proibido conversar durante a cena e não nos era permitido tocar no assunto depois que a brincadeira acabava. Lembro que vivia com medo de ter ficado grávida, sem ao menos um contato, sem ao menos um inocente beijo. E a Gina que eu era se enchia de culpa e aos domingos, quando ia à missa, era toda pedidos de perdão. Mas na segunda-feira a tarde estava lá, a brincar de novo.

domingo, agosto 20, 2006

Sim, é a palavra de ordem

Dançar é mágico. Seja dança de corpos ou dança de palavras que saem de todas as nossas bocas no rumo dos nossos ouvidos. Interagir é transcender. É assim, tão óbvio, tão simples, tão ao nosso alcance. Faz bem. Porque às vezes a gente se fecha e bota isso lá aculá?

Eu adoro quando eu me sinto renascer. Tudo é uma descoberta maravilhosa.


...
Sim. Subi novamente todo o pêlo do coelho e aguardo sem pressa uma nave espacial, porque serei também habitante do asteróide B-614.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Pense Nisso


















Se você não se dedicar a cada dia a continuar conquistanto o que ou quem um dia você conquistou, estará prestes a perdê-lo.


Isso serve pra você e pra mim. E se aplica a todos os casos.

terça-feira, agosto 15, 2006

Re _____ star

Talvez eu não venha sendo muito coerente com o que eu quero. Talvez nada, é certo. Mas também é certo que a qualquer momento se pode ajustar os meios aos fins. Nada é definitivo e tudo só termina quando acaba. Não é era de eu me envelhecer (no sentido pejorativo da palavra) e é mesmo a hora de eu envelhecer (no sentido positivo da palavra). Melhor que começar é conseguir, e necessária é sempre essa busca pelo que nos torne mais felizes, mais completos, "encontrados". Só assim é que vamos poder espalhar isso também. É hora de decidir se preferimos ir dormir com a consciência de ter desperdiçado mais um dia ou sabendo que fizemos desse dia que se acaba um passo no rumo do nosso encontro. Já não era sem tempo; e às vezes temos mesmo de levar um sacolejo pra abrir os olhos, e os poros.

quinta-feira, agosto 10, 2006

Mudando de fase?

Nem bem completara dezoito anos, entrou na Faculdade. Tão jovem ainda, o menino. Mas já acorda cedo da matina para não pegar ônibus lotado; pois detesta aperto, suor e forró. O curso? Direito. mais por pressão que por escolha, que é difícil encontrar gente nessa idade que saiba o que quer. Bom, é verdade que em qualquer idade é difícil saber o que se quer, mas depois de certa idade se finge. É adulto ser determinado. Muitos deixam mesmo é a vida os levar pra onde quer que seja e depois olham pra trás e têm a petulância de dizer que "foi assim que eu quis", enquanto a alma se afoga em infelicidade.
É adolescente ser influenciável; e poder culpar os outros. E é infantil assumir que tudo no mundo nos deslumbra, que é impossível e doloroso deixar coisas também boas pra trás. Dizem por aí que só as crianças são sinceras. Mas voltemos ao nosso ingressante no curso superior, por acaso meu irmão. Talvez ele pense que sua nova situação já lhe vista, por conseqüência, de superioridades e poderes os quais não tinha antes. Ilusão boa. Também a tive. Tomara que perdure até se tornar uma verdade. Eu lhe desejo é sorte, das boas.

terça-feira, agosto 08, 2006

Por tantas vezes ...

Paro o pensamento na sua imagem enquanto faço o que quer que seja. Estou lá bicicleta ergométrica ou dentro de um livro, e você me invade. Fica tão à vontade na minha cabeça que nem percebe que surgiu fora de
hora, aperta os olhinhos pra me sorris e está tudo bem. Não pode ser assim. Não posso me submeter às suas ousadias, mesmo que sejam apaixonantes. Vai passear pra eu sentir falta. Deixa também eu entrar em ti e te enrubescer o cérebro. Confessa-me que teus dedos ficam perdidos se não estou bem aí para você me tocar e que seu inspirar é sempre uma busca pelo meu cheiro que você tanto gosta. Sendo assim, cada encontro é inteiro e parte essencial de um único e vital; pois nossas mentes param para sermos um do outro. E só.

sábado, agosto 05, 2006

Minha sorte

Eu fico aqui pensando que sou feliz demais e não sei lidar com a felicidade, por isso me digo triste. É muito mais aceitável não saber lidar com a tristeza. Talvez, por isso. E faço uns planos de brincadeira, que sei não vou seguir, pra qualquer um pensar que os tenha. E tenho, mas são outros. Me banho em drama só porque já sei o que fazer.

Por vezes conto segredos a gente que talvez nem queira saber. Mentira, sempre querem. A palavra é "deva". E quem merece está ficando surdo de tanto aprender a não ouvir o que não falo. Me acho tão transparentemente telepática. Será por isso que julgo meu silêncio tão carregado de comunicação? Tão mais que eu?

Talvez aquela lágrima que vez em quando se repete seja meu pensamento tentando se exibir sem permissão. Verdade ou vaidade. Ou saudade.

Mas sempre puxo um canto da boca pra cima, porque tou aprendendo a desenhar.

É, eu sou feliz e introspectiva. Será isso?