quarta-feira, junho 28, 2006

Dica Boa

Nunca caia na besteira de achar que conhece completamente alguém. As pessoas surpreendem.


*ontem mesmo tive uma surpresa ótima. Ótima.

domingo, junho 25, 2006

Um certo atraso*

Local marcado.Ele já não agüenta mais olhar para o relógio e ver que ela está atrasada. Mais de 10 minutos ! Aquilo significa uma quantidade incomensurável de tempo para um homem como ele, um homem de negócios. E todos nós sabemos que no mundo dos negócios, tempo é dinheiro. 10 minutos de atraso. 10 minutos menos rico. 10 minutos mais ansioso. Ligo? Não ligo? Pega o celular na palma e vê no visor mais um minuto de atraso perder-se em sua vida e decide ligar. Decide com razão, ora pitombas! Quem a pentelha pensa que é para deixá-lo naquele papel? Será que não tem idéia de sua importância, de seus compromissos e...Alô? Ah, você está aqui?! Onde que não te vejo? E sente aqueles dedos delicados a cobrir-lhe os olhos. Ele adivinha quem é. Um sorriso de canto de boca aparece em seu rosto e ele esquece o atraso,o celular,o dinheiro, os compromissos, aquela outra penca de preocupações e até sua própria importância.


* texto republicado do meu antigo blog ( 21 anos e Paranóias - www.ginaemanuela.blog.uol.com.br)

sexta-feira, junho 23, 2006

Dá licença 2 :)




















Painel de Aldemir Martins, Dragão do Mar.















E-mail recebido da Direçaõ de Ação do Cultural do Dragão do MAr, dizendo que uma foto que mandei ( a do mosaico acima) foi selecionada e será publicada no folder do mês de julho. Por mais que seja bobagem toda esta vaidade, fiquei feliz.

***

Não existe


















Não existe mesmo, nada melhor do que chegar na calçada da tua casa e te ver vindo ao meu encontro, com o seu cabelo enrolado e meio despenteado, a barba por fazer e com o violão nos braços. Só de lembrar, torno a sentir o arrepio que percorre meu corpo, quando eu te vejo vindo, vindo e cantando, me convidado com os olhos pra entrar, que sou sua. Não existe, nem poderá jamais ser inventado, lugar melhor que os seus braços. È dentro deles que eu sou, que eu sinto, que me conforto. É tão bom ser gente quando estou contigo, que agora acho que tudo no mundo é paranóia, menos nosso encontro. Porque só de lembrar choro por você não estar aqui e quero tanto um beijo, meu amor. Não diga mais nunca, nem brincando, que não acredita quando eu falar que estou morrendo de saudades. Morrendo.

segunda-feira, junho 19, 2006

Quando bate ...

Mas não é mera coincidência que ela caia doente logo na proximidade das férias daquele companheiro de trabalho. Ainda mais de doença assim, sem nome. Passariam um mês distantes. É bem verdade que já não vinham se vendo, se ligando, enfim, se comunicando como antes o fariam com tanto agrado. Mas ainda havia a proximidade geográfica. Sabiam que era só uma questão de duas quadras para um abraço. Para uma mudança de idéia de qualquer das partes. Para um impulso desesperado dela para dizer-lhe a verdade. Havia ainda os amigos em comum, que antes eram só dele, mas depois ela também se apossou. Quando ela deparava com algum deles podia ver o rapaz do lado. Mesmo que nem chegassem a tocar no nome do dito cujo. Qualquer dos amigos traziam o rapaz dela em si e aquilo a revitalizava.
Podemos ainda considerar que havia, e isto talvez seja o principal, havia a situação em comum pela qual ambos passavam naquela repartição. Sabiam que aquele não era o lugar deles, que não estavam completamente ( nem mesmo inclompletamente) satisfeitos e que cedo ou tarde teriam de partir. Ou enlouqueceriam. Ou pereceriam. O engraçado é que sabiam disso antes de se conhecerem. Mas antes sabiam com menos força e por vezes até esqueciam, visto que esta idéia não encontrava nem espaço, nem corpos, nem mentes para propagar-se. Por isso, logo que se viram, na primeira troca de olhares se sentiram cúmplices. Ampararam-se um pelos braços do outro da queda vazia que tinha sido suas vidas até então. É óbvio que se apaixonaram; talvez pelo reflexo que conseguiam ver de si no outro. O fato é que ela se apaixonou mais e ele se assustou e pediu férias. Férias de um emprego insatisfatório junto com as férias de um amor com o qual não sabia lidar. Ele deve está a surfar, pois pediu férias. E a pobre está pra morrer agora.

sexta-feira, junho 16, 2006

Quando eu me sinto assim

E o choro vem rompendo Pedindo pra ser chorado Enquanto minha racionalidade diz que não Que é inútil Que é mesmo desnecessário Porque está tudo aparentemente muito bom Um baralho e amigos de verdade Que têm as almas mais puras que conheço Mas que sabem blefar em jogo e cozinhar O que é perfeito Mas se forma um nó no pêndulo que há na minha garganta E eu não sei quem foi que fez Que quer me ver chorar Quando é hora de ser feliz no carro Ao lado da pessoa viva que mais amo Ele dizendo-me palavras bonitas e acariando meus cabelos E as lágrimas que eu tentei ao máximo segurar me escorrendo teimosas dos olhos Como é que eu vou explicar? Não, não gosto de ficar sem música no carro Principalmente quando estou só, me faz sentir ainda mais só E ele me diz que a vida não tem trilha sonora Enquanto eu lamento que deveria ter sim Queria agora ao menos qualquer barulho nos ouvidos pra esquecer quem sou O que me falta e o que me faz chorar Finjo que não sei Não sei fingir O sinal vermelho dura só trinta segundos Pra mim, uma eternidade .

quinta-feira, junho 15, 2006

Fenômeno - Frases ´*fenomenais* que ouvi durante o jogo do Brasil












No inicío:
"Ronaldo, gordinho"
"Gordinho não, gordão, nem corre"

Algum tempo depois:
"O Brasil tá jogando só com dez"

Quando o Ronaldo não estava sendo filmado:
"O Ronaldo deve tá sentado lá no meio da quadra, descansando"

Algumas mulheres se compadecem:
"É muita energia negativa em cima do bichinho"
"É mesmo, má vibrações não ajudam"

Um homem ironiza:
" Vai magrinho, etiópio, confio em você"

Mulheres:
"Olha a carinha dele, chega está triste"

Homens:
"Deve ser fome"

Alguns analisam do ponto de vista mercadológico:
"O Ronaldo só tá jogando porque a Nike é que manda neste jogo e na copa todinha"

Quando o Ronaldo foi substituído:
"Ainda bem"
"Agora sim, vai merendar!"
"Tadinho..."


É, mas mesmo assim não teve nenhum gol. Óbvio que vou defender. Tenho horror a esta sociedade que martiriza os gordos. Eu, e pelo jeito, as mulheres que assistiram o jogo comigo, porque a gente é que sofre mais com a cobrança social. Por isso, no que diz respeito a forma, torço pelo Ronaldo. Mesmo que pra determinados esportes a leveza seja quase fundamental. Q_ U_ A_ S_E, e nisto cabe um universo de possibilidades que ultrapassam nossa limitade percepção.
Talvez existam motivos não tão bonitos quanto a confiança do Parreira na capacidade do Ronaldo para que ele seja titular da seleção. A causa pode ser mercadológica, por ele ser garoto propaganda da Nike, e se for, isso é condenável. Feio. Mas , limitando-me ao fato de o condenarem pela gordura, eu o defendo. Óbvio. E não digam q isso é ressentimento por eu não estar na minha melhor forma :-)

segunda-feira, junho 12, 2006

Eu sou de nós dois


Se a estrada me chama lá fora
Sem você meu mundo é deserto
Eu sei que juntos nós vamos embora
E este momento já está bem perto

sábado, junho 10, 2006

Historinha: A gotinha que queria ser mais

Era uma vez uma gotinha que não sabia se era gota de mar, gota de lágrima ou gota de chuva. Na verdade, isso não importa pra nós. O que interessa é que esta gotinha tinha gana de ser o mar, o pranto, o temporal. Vivia sua vida fazendo caso, engrandecendo qualquer mínimo
acontecimento e, com isso, arrumando diversas confusões. Não percebia que é isso que a vaidade gera. Sinceramente gotinha, eu acho que você deveria reduzir-se a sua insignificância.

quarta-feira, junho 07, 2006

Ela o fez até tomar banho

Só porque ele tinha só dez anos não significava que não pudesse de apaixonar por uma moça de dezessete anos. Ela era tão linda! Tão legal! E ele estava prestes a completar onze anos, daí iam ser apenas seis anos de diferença...isso daqui a uns vinte anos ia ser quase nada. Ele com 31, ela com 37 e linda como sempre; eles casados, felizes para sempre. sei lá que se passava pela cabeça dele, mas que tava caidinho, ah estava!
Engana-se quem pensa que criança não ama de verdade. Ora, se até muda por causa da paixão! Ele nem gostava de tomar banho, todo dia era uma luta : o pai pedia, o irmão mais velho gritava, mas não tinha jeito, várias vezes o menino ia dormir imundo de sujo. Pois não é que quando conheceu a moça vivia limpinho?! Era só ela inclinar a cabeçinha e perguntar se ele havia se banhado que ele corria acima as escadas e voltava com um cheiro! E ela lhe dava um cheiro! E a noite estava ganha...
Não importava mesmo que ela tivesse namorado e que ele conhecesse e até simpatizasse como namorado dela. Ora, o namorado morava no mesmo prédio e foi graças a ele que a linda moça tinha ido parar por lá. O garotinho era muito era agradeçido ao namorado da moça por este trazer-lhe tal preciosidade. E o amor que ele a tinha não ardia em ciúmes e contentava-se com um abraço quase fraternal, quase maternal; com um sorriso; com uma demostração de cuidado; com um mínimo de atenção feminina.
É, ele não tinha mais mãe e a irmã dele sou eu.

sexta-feira, junho 02, 2006

Reencontro










Fazia tempo que não o via, e de novo foi bom. Ela tinha tanto medo que
a distância tivesse levado algo, tremia só de pensar revê-lo e serem tomados
por aquele silêncio constrangedor, aquele sorriso amarelo, aquela falta de criatividade no diálogo. Mas foi tudo medo bobo. Lá estava ele, o mesmo ele, só que careca. E ele viu a mesma ela, apesar dela está uns 10 quilos mais gorda. Ela riu porque ele pôs a camiseta que ele mesmo havia pintado, só pra ele ver e elogiar. O silêncio, ao invés de constrangedor, foi denunciador e cheio de entendimentos. Pensavam ambos em como era bom quanto estavam juntos, mas que era-lhes impossível ser mais próximos. Algumas coisas têm que ser assim,
e havia algum encanto nisso. Os sorrisos foram de um alívio contido, pois ao sorrirem recorriam-lhes os pensamentos de que a presença de um ao outro era mais agradável do que poderia ser. E todo mundo sabe, quando se pensa que é feliz, arranja um problema e um meio de deixar de ser tão. O papo propiciou-lhes, como ele gostava de dizer, prazer intelectual. Mas eles sabem que foi bem mais do que isso. No abraço de despedida quase não se largaram, mas uma hora ela se foi pra não sei quando.