quarta-feira, março 28, 2007

Reprise

Ando fazendo releituras de mim mesma, literalmente. Costumo ler meus escritos do ano passado, e do que veio antes dele. Funciona assim, se hoje é 28 de março, o que eu estava pensando em 28
de março dos dois anos anteriores? Acabei de descobrir ( e é mesmo uma descoberta), que perdi o som do carro exatamente a um ano, e eu estava tentando resolver a todo custo ( $$$-mesmo) um problema que eu havia gerado. Isso é positivo. Mas eu não soube chegar pro meu pai e assumir meu erro antes de tentar resolver, adiei um diálogo por medo. Isso é negativo. O escrito de 2005 é mais enigmático, diz exatamente isso: "De volta à vida real. Bem vindos." ( Gina cita Gina, que horror!)...acho que pra ter escrito isto eu devia estar voltando de algum dos meus períodos de devaneio.

Engraçado, pra mim é muito engraçado...a conclusão que chego é que, sinceramento, tenho melhorado na vida, e piorado na escrita.

domingo, março 25, 2007

Cinema Hoje...o espetáculo continua?

Atualmente, a internet, os equipamentos digitais e a facilidade de acesso aos filmes e programas de edição causam uma crise de sentido no que seria o cinema. Cinema é um filme produzido em película? Ou vale se for digital transmitido por satélite? Cinema é um filme que experimento numa sala comercial escura comendo pipoca junto com desconhecidos? Cinema é o filme que ainda nem estreou nas salas, mas que eu já “baixei” da internet e vi? É o DVD pirata ou não que eu comprei e que me permite desconstruir o filme, ver o segredos de produção, desmagificar as mágicas? É o filme que eu produzi com minha câmera na mão a partir de uma idéia que tive com uns amigos e joguei lá no youtube ou inscrevi num festival? Onde antes existia uma certeza e uma convenção, um costume e uma paixão, agora existem possibilidades e dúvidas de definição, pois essa afetação das imagens, das narrativas, da metalinguagem filma, gera uma plasticidade diferente, uma interatividade outra. Para mim, cinema é uma criação filmíca que permite estabelecer contato, relação com o(s) outro(s). Como arte, há o criador, que tão logo se torna espectador de sua obra, e os espectadores que recebem este sentimento, esta idéia, que são afetados por ela. Portanto, a meu ver, o cinema está dentro de cada uma das questões acima. Sim, há as questões comerciais, modificações na forma de consumo, e a necessidade de adaptação ás novidades que geram transformações e que surgem a toda hora, mas a essência é essa. Apesar da quebra paradigmática, melhor dizendo, incrementado e desafiado por esta quebra, o espetáculo continua.

* postagem estranha? Explica-se: é parte de um resumo para a Especialização e amanhã tenho uma prova de Bolsista sbre o assunto...

sexta-feira, março 09, 2007

Quase lá*

quase é ao mesmo tempo tanto e tão pouco, mas espero q o quase me impulsione pro adiante. Sim...com um quase na cara eu preciso respirar muito.


*sim, isto é um desabafo por ter sido reprovada no concurso da Sefaz. Último colocado:199
Gina Emanuela:198. É muito quase pro meu gosto.

sábado, março 03, 2007

Entrelinhas

Ela disse:

_ Não, eu não quero que você goste de mim porque eu sou a única mulher que você tem. Quero que você sinta que pode ter outras, todas a mulheres, e mesmo assim esteja comigo porque escolheu; porque me quis e eu te quis e continuamos nos querendo.

_ Mas é exatamente isso!

_ Então, porque eu não sinto?

Ele deu um suspiro indignado acompanhando de um sorriso, ao mesmo tempo em que levantava os ombros e balançava a cabeça. E a olhou tentando compreender. Não sabia por que ela não sentia. Não sabia por que tinha dias em que ela estava impossivelmente carente, insegura, cheia de questões, tentando encaixar o amor deles em alguma teoria. Ele a amava, ah, como amava. E a olhou mais nos olhos desamparados que já continham o brilho de uma lágrima. Teve o ímpeto de tomá-la nos braços, e carinhá-la tanto, e beijá-la tanto; que qualquer fantasma seu não suportasse tanto afeto e fosse embora pra nunca mais. Mas não fez isso. Não, pois ele queria que ela se tornasse uma forte. Uma mulher forte e segura. Tinha como objetivo tirar dela o que a diminuía, principalmente quando era fruto de uma ilusão maléfica e desnecessária. Jamais negaria apoio e perdões se ela tivesse razão. Porém naquela hora não, por mais que olhinhos dela pedissem.

_ Você não se importa nem quando eu choro.

_ Mas você não tem porque chorar agora, ô meu Deus! Olha..._ disse ele enquanto levantava de leve seu queixo_ Porque você está aqui agora?

_ Porque eu te amo.

_Certo. E porque eu estou?

_Porque você me ama.

_Certo. Porque é assim que tem que ser. Porque temos muita sorte de amarmos um ao outro e podermos estar juntos. Não entendo porque você diz que não sente se você sabe!

Ela engoliu cuspe que tinha na boca, mordeu os lábios e o encarou. Não tinha coragem de lhe dizer que tudo que ela queria agora era que ele a abraçasse, que fizesse carinhos e a beijasse até não ser mais preciso falar coisa alguma, até o amor que ela sabia que ele sentia penetrasse sua pele como calor, um calor que conforta. Considerava um pedido desses uma humilhação, uma súplica. Se ela o fizesse ele a acharia uma fraca, e ela não era uma mulher fraca, só não tava num dia muito bom. Continuou a olhá-lo tentando transmitir sua ânsia através do olhar. Mal sabia que ele já havia percebido e preferido passar por insensível para fazê-la crescer.

_ Você me olha como quem guarda um segredo, menina.

Ela sorriu dando-se conta que tinha um eu te amo com aprendizado de brinde vindo daquela frase. Só então ele a abraçou, a carinhou e etc, etc, etc.

quinta-feira, março 01, 2007

retalhos de um acesso de raiva na madrugada

Não consigo dormir. Já tentei, mas não consigo. Minha cabeça ainda dói um pouco, apesar das lágrimas já terem cessado. Será que eu espero demais dos outros, de tudo, do mundo? É possível que eu seja tão carente assim? Ou não estou mesmo no lugar certo, acompanhada das pessoas certas, recebendo tudo o que mereço? Sim. Eu quero mais, mais do que o que tenho e nem acho que queira tanto assim. Porque eu me dou. E lá vem mais uma coisa que de encontro ao que já aprendi...não, não devemos no doar tanto esperando retribuição. Mas eu me dou. E eu espero. E acho que tenho razão, ainda por cima. Não acho que faço esforços hercúleos, trato as pessoas gosto como elas merecem, como eu gostaria de ser tratada. Mas vem patada. Ah, vá s.....!

Se o meu projeto de mestrado fosse sobre isso eu escreveria mais e melhor. Mas é ele o que eu tenho que fazer e isso o que tenho que conter. Mas também soube que faz mal engolir raiva. Porque que a minha cabeça não explode de uma vez por todas? Porque sou tão boazinha e digo que tá tudo bem quando não tá? Não tá. E acabo destratando o pober do meu irmãozinho que só quer ajuda na tarefa. E o rancor sai todo espalhado pro lado errado. A conseqüência é que fico assim, uma salada de raiva, pena e culpa de mim.

Preciso fabricar meu próprio antídoto. É, preciso, mesmo que eu não entenda direito a finalidade da vida. Mesmo que eu não aceite o fato do meu tio está lá naquela cama de hospital. Meu tio pareceu tão debilitado, pareceu tanto com minha mãe...e eu não consigo suportar sem choro nas calçadas uma visão assim. uma lembrança dessas. Então a pessoa envelhece. Ou adoeçe. E outros estão no Banco por pedaços d epapel com valor. ali no Bom de Vera cheios de gula. E outros rezam ali na igreja , Meu Deus!, porque eles também não entendem nada e precisam de uma resposta pra seguir em frente.

Eu também preciso. tanto.