quarta-feira, dezembro 07, 2005

O estranho é que agora sinto calor; você, que sabe do meu frio.

É.

Não vou lhe pedir que pare. Eu não gostaria se me pedisse. Cada um sabe de si e os fazeres devem ser de própria iniciativa. Cabe querermos nos cuidar. Eu pararia? Talvez até dissesse que sim, pra coisas fluirem bem; mas, pararia? Por mais que eu quisesse poderia haver um dia que você me tiraria do sério. E ia ser só mais uma mentira. Mais uma vez.

A gente prefere a surpresa do futuro ou a certeza do futuro do pretério?

Onde termina sua liberdade? No respeito a que deve a outrem? Mas vc é tão ilimitado! A vida é tão única! E porque não viver tudo? E porque não viver apenas a ilusão de um tudo quando não se pode vivê-lo por concreto? E os outros? Não. Não terá problema porque eu tenho controle.
Então se tudo vem à tona é bom. Olha. É até bom. E eu posso ser sincero e me redimir. E continuar. Porque agora você sabe e aceita. Mesmo que pense que eu parei sabe do que sou capaz. Então, aceita.

A culpa, se é que há, se é que somos culpados por querermos ir além; agora é nossa. E todo aquele topor do retorno já se extinguiu. A gente se olhando como se fosse eterno. E eu te gosto mais que dos chocolates, mas não sei abrir a boca de novo pra conversar contigo.
Agora tenho medo do que pensa. Do que diz. Do que vê quando me olha. Do que eu vejo (ou penso que vejo) que você vê quando me olha. Porque essa não sou eu.

Não mesmo.

A nossa mão se apertou com tanta força...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Se, na verdade, eu minto; estou mentindo ou falando a verdade agora? :-)

Quanto de verdade uma pessoa pode suportar? E então a vida mostra-se assim, nua. O seu mundo não gira ao meu redor. Não me vou pôr de vítima, nem fazer-me de hipócrita: também o meu mundo não gira acerca de ti. Também tenho amizades das quais você é alheio; também me redimo e divirto-me com elas e há tabém as paqueras e galanteios revestidos de humor. A minha vidinha de brinquedo, meu espaço lúdico que me dá sorrisos e nem me cobra, que eu ligo e desligo quando quero, ao qual eu me confesso como se fosse a mim mesma. Sou a própria Onipotência, mas sem direito a um abraço. Ganho um bando de elogios de efeito descartável. E me espanto com minha natureza egoísta quando me pego a sonhar com um ser ideal que me tiraria daqui e me levaria pra ser sempre eufórica e feliz no meu mundo de brinquedo. Nem lamentaria por ti.
Ora, lá me cobririam de amor incondicional, eu saberia o que querer, o que fazr, pelo que lutar... a insegurança e o medo seriam apenas lembranças de um passado remoto. REAL. Deixado "corajosamente" para trás com aquelas pessoas de verdade. Nossa, pessoas de verdade por vezes me aborrecem! Comportam-se de forma patética em tantas situações...sentem raiava, dor, choram e ficam tristes me atiçando compaixão quando eu estava tão bem, e me moldam, me pressionam, me exigem e ainda me culpam... nem sempre têm dinheiro, sorriso ou ao menos concordância para dar. Pessoas de verdade são, assim, tão espelho! E há tanto em nós que nos recusamos a enxergar.
Então nos afugentamos sonhadores, cada qual em seu mundo de brinquedo, porque se nos olhamos frente a frente você vê que é como eu sou. Amor com pitadas de ódio; egoísmo celestial estrelado de generosidade; eterno encontro/confronto entre eu e o outro. E só podemos ser nós. Nós. Humanos. Seres livres que se agarram...tão distraídos! tão propositalmente cegos! Se amam, se toleram e têm seus mundos de brinquedo. Equilíbrio? Talvez haja na humanidade mais verdade do que se possa suportar. E para rimar, não esqueça jamais que a Terra está pairando no ar.