quarta-feira, dezembro 07, 2005

O estranho é que agora sinto calor; você, que sabe do meu frio.

É.

Não vou lhe pedir que pare. Eu não gostaria se me pedisse. Cada um sabe de si e os fazeres devem ser de própria iniciativa. Cabe querermos nos cuidar. Eu pararia? Talvez até dissesse que sim, pra coisas fluirem bem; mas, pararia? Por mais que eu quisesse poderia haver um dia que você me tiraria do sério. E ia ser só mais uma mentira. Mais uma vez.

A gente prefere a surpresa do futuro ou a certeza do futuro do pretério?

Onde termina sua liberdade? No respeito a que deve a outrem? Mas vc é tão ilimitado! A vida é tão única! E porque não viver tudo? E porque não viver apenas a ilusão de um tudo quando não se pode vivê-lo por concreto? E os outros? Não. Não terá problema porque eu tenho controle.
Então se tudo vem à tona é bom. Olha. É até bom. E eu posso ser sincero e me redimir. E continuar. Porque agora você sabe e aceita. Mesmo que pense que eu parei sabe do que sou capaz. Então, aceita.

A culpa, se é que há, se é que somos culpados por querermos ir além; agora é nossa. E todo aquele topor do retorno já se extinguiu. A gente se olhando como se fosse eterno. E eu te gosto mais que dos chocolates, mas não sei abrir a boca de novo pra conversar contigo.
Agora tenho medo do que pensa. Do que diz. Do que vê quando me olha. Do que eu vejo (ou penso que vejo) que você vê quando me olha. Porque essa não sou eu.

Não mesmo.

A nossa mão se apertou com tanta força...

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Se, na verdade, eu minto; estou mentindo ou falando a verdade agora? :-)

Quanto de verdade uma pessoa pode suportar? E então a vida mostra-se assim, nua. O seu mundo não gira ao meu redor. Não me vou pôr de vítima, nem fazer-me de hipócrita: também o meu mundo não gira acerca de ti. Também tenho amizades das quais você é alheio; também me redimo e divirto-me com elas e há tabém as paqueras e galanteios revestidos de humor. A minha vidinha de brinquedo, meu espaço lúdico que me dá sorrisos e nem me cobra, que eu ligo e desligo quando quero, ao qual eu me confesso como se fosse a mim mesma. Sou a própria Onipotência, mas sem direito a um abraço. Ganho um bando de elogios de efeito descartável. E me espanto com minha natureza egoísta quando me pego a sonhar com um ser ideal que me tiraria daqui e me levaria pra ser sempre eufórica e feliz no meu mundo de brinquedo. Nem lamentaria por ti.
Ora, lá me cobririam de amor incondicional, eu saberia o que querer, o que fazr, pelo que lutar... a insegurança e o medo seriam apenas lembranças de um passado remoto. REAL. Deixado "corajosamente" para trás com aquelas pessoas de verdade. Nossa, pessoas de verdade por vezes me aborrecem! Comportam-se de forma patética em tantas situações...sentem raiava, dor, choram e ficam tristes me atiçando compaixão quando eu estava tão bem, e me moldam, me pressionam, me exigem e ainda me culpam... nem sempre têm dinheiro, sorriso ou ao menos concordância para dar. Pessoas de verdade são, assim, tão espelho! E há tanto em nós que nos recusamos a enxergar.
Então nos afugentamos sonhadores, cada qual em seu mundo de brinquedo, porque se nos olhamos frente a frente você vê que é como eu sou. Amor com pitadas de ódio; egoísmo celestial estrelado de generosidade; eterno encontro/confronto entre eu e o outro. E só podemos ser nós. Nós. Humanos. Seres livres que se agarram...tão distraídos! tão propositalmente cegos! Se amam, se toleram e têm seus mundos de brinquedo. Equilíbrio? Talvez haja na humanidade mais verdade do que se possa suportar. E para rimar, não esqueça jamais que a Terra está pairando no ar.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Criar

...surrealismo com cores que se derramam e imagens que não precisam ser tão conexas. Vou buscá-las em outro lugar. Onde. Onde. Onde. Onde elas só são como as vejo. Como te mostrar? Elas piscam.

Já cansei de ser minha pauta principal
Que graça tem ser o tempo todo igual?
A mim
Mas com você
Somos nós nos transformando
O tempo todo
Então a e gente se atura
E até flutua

Queria dar presentes pra todos que gosto, e fico no ímpeto de correr pra comprar, só pra ter uma desculpa pra todos visitar, rever, abraçar. Porque chegar de mãos vazias é tão ... e queria ver um sorriso no rosto. Além de , por nos revermos, por saber que em outro espaço a outro tempo lembrei você. E te carreguei comigo. E te trouxe, pra te dar como presente, pra agora você me ter contigo.

Por quanto tempo irá meu presente te fazer feliz?

quarta-feira, novembro 16, 2005

Segredos de uma jovem

É, é preciso ver as coisas com menos gravidade. Levar a vida com mais leveza. Isso é tão bonito de dizer, que faz gosto doce na boca, é colírio para quem lê...e a gente suspira e até se deixa aliviar e todo aquele pesão que tinha nas costas fica por instantes suspenso.

Por instantes. E volta. Eu bem queria que não, mas volta. Por que sou jovem, e logo começo a pensar que este ‘desapego’ às “coisas sérias do mundo” é uma fuga. E logo o discurso de encarar a realidade com simplicidade transforma-se em desculpa para irresponsabilidade. E eu me preocupo porque não sei separar as coisas, não sei onde termina uma coisa e começa a outra e desconfio que são uma coisa só.

Por que esta juventude que muitos glorificam me dá mesmo é muitas incertezas. E o que eu serei daqui a cinco anos? Depende de mim, eu sei, em parte. Mas há tantas possibilidades! Implica em escolha. Implica em renúncias. E como eu vou saber se é melhor vender picolé na praia ou ser cobradora de impostos? Ser estilista de moda ou psicóloga? Escritora ou publicitária? Fotógrafa ou professora? E eu queria tanto ser cantora e já nem sei se quero mais. Porque tanta coisa me deslumbra. Porque há tantos modos de se ser feliz...mas vai que eu escolho justamente o raro que leva ao caminho oposto?

E ele estava certo quando disse que isto de “um sim significar vários nãos” era um problema pra mim. Estava certo quando desconfiou que esta minha visão pode ser causa dos meus ‘problemas psíquicos’. Mas, será Senhor, que isso acontece só comigo? É não né? E nem todo mundo toma aquele remedinho. Pra depressão, veja só! E eu me aço tão engraçadinha!

E eu já nem sei se quando fico morrendo de sono é efeito colateral ou se eu digo pra mim mesmo que é efeito colateral pra eu poder dormir. Já nem sei se estou me esforçando demais e por isso me canso, ou se sou uma vagabunda que arruma qualquer desculpa pra não estudar.

E também não sei se ao acreditar que me esforço, esse esforço é pra uma coisa que valha a pena. E quando me assumo quando negligente, será que não o faço por saber aqui dentro eu o esforço pra este caminho não valeria a pena? Ou será esta ainda mais outra desculpar pra nem tentar por medo de fracassar antes de chegar lá e testar mesmo se é bom ou ruim?

AI ai AI!

E eu tenho uma viagem pra São Paulo na semana que vem. Primeira vez que vou andar de avião! Primeira vez que vou sair do eixo Ceará-Piauí. E fico morrendo de culpa de me animar, porque deveria era estudar. E fico morrendo de culpa de não me animar, porque sou jovem e deveria aproveitar a vida. E vou carregar os livros debaixo do braço pra ver se o conhecimento passa por osmose.

E tou gostando tanto de fazer Taeknow-do, e mês que vêm tem exame de faixa, e, modéstia a parte, tenho melhorado bastante. Mas fico pensando em sair “primeiro as responsabilidades, depois que eu conseguir alguma segurança faço estas coisas”. Mas quando é que na minha vida eu vou ter chance de novo de fazer Taeknow-do com esse professor, com estes amigos?

E eu vivo em conflito de prioridades.

E nisso se perde tanto tempo...

O SONHO DOS RATOS - Rubens Alves

Era uma vez um bando de ratos que vivia no buraco do assoalho de uma casa velha.

Havia ratos de todos os tipos: grandes e pequenos, pretos e brancos, velhos e jovens, fortes e fracos, da roça e da cidade.

Mas ninguém ligava para as diferenças, porque todos estavam irmanados em torno de um sonho comum: um queijo enorme, amarelo, cheiroso, bem pertinho dos seus narizes. Comer o queijo seria a suprema felicidade...

Bem pertinho é modo de dizer. Na verdade, o queijo estava imensamente longe, porque entre ele e os ratos estava um gato...

O gato era malvado, tinha dentes afiados e não dormia nunca. Por vezes fingia dormir. Mas bastava que um ratinho mais corajoso se aventurasse para fora do buraco para que o gato desse um pulo e, era uma vez um ratinho...

Os ratos odiavam o gato. Quanto mais o odiavam mais irmãos se sentiam. O ódio a um inimigo comum os tornava cúmplices de um mesmo desejo: queriam que o gato morresse ou sonhavam com um cachorro...

Como nada pudessem fazer, reuniram-se para conversar. Faziam discursos, denunciavam o comportamento do gato (não se sabe bem para quem), e chegaram mesmo a escrever livros com a crítica filosófica dos gatos. Diziam que um dia chegaria em que os gatos seriam abolidos e todos seriam iguais.

"Quando se estabelecer a ditadura dos ratos", diziam os camundongos, "então todos serão felizes"...

- O queijo é grande o bastante para todos, dizia um.

- Socializaremos o queijo, dizia outro.

Todos batiam palmas e cantavam as mesmas canções. Era comovente ver tanta fraternidade. Como seria bonito quando o gato morresse!

Sonhavam. Nos seus sonhos comiam o queijo. E quanto mais o comiam, mais ele crescia. Porque esta é uma das propriedades dos queijos sonhados: não diminuem: crescem sempre.

E marchavam juntos, rabos entrelaçados, gritando: " o queijo, já!"...

Sem que ninguém pudesse explicar como, o fato é que, ao acordarem, numa bela manhã, o gato tinha sumido. O queijo continuava lá, mais belo do que nunca. Bastaria dar uns poucos passos para fora do buraco.

Olharam cuidadosamente ao redor. Aquilo poderia ser um truque do gato. Mas não era. O gato havia desaparecido mesmo. Chegara o dia glorioso, e dos ratos surgiu um brado retumbante de alegria.

Todos se lançaram ao queijo, irmanados numa fome comum. E foi então que a transformação aconteceu.

Bastou a primeira mordida. Compreenderam, repentinamente, que os queijos de verdade são diferentes dos queijos sonhados.

Quando comidos, em vez de crescer, diminuem. Assim, quanto maior o número dos ratos a comer o queijo, menor o naco para cada um.

Os ratos começaram a olhar uns para os outros como se fossem inimigos. Olharam, cada um para a boca dos outros, para ver quanto o queijo haviam comido. E os olhares se enfureceram. Arreganharam os entes. Esqueceram- se do gato.

Eram seus próprios inimigos. A briga começou. Os mais fortes expulsaram os mais fracos a dentadas. E, ato contínuo, começaram a brigar entre si. Alguns ameaçaram a chamar o gato, alegando que só assim se restabeleceria a ordem.

O projeto de socialização do queijo foi aprovado nos seguintes termos: "Qualquer pedaço de queijo poderá ser tomado dos seus proprietários para ser dado aos ratos magros, desde que este pedaço tenha sido abandonado pelo dono".

Mas como rato algum jamais abandonou um queijo, os ratos magros foram condenados a ficar esperando.. Os ratinhos magros, de dentro do buraco escuro, não podiam compreender o que havia acontecido.

O mais inexplicável era a transformação que se operara no focinho dos ratos fortes, agora donos do queijo. Tinham todo o jeito do gato, o olhar malvado, os dentes à mostra.

Os ratos magros nem mais conseguiam perceber a diferença entre o gato de antes e os ratos de agora. E compreenderam, então, que não havia diferença alguma. Pois todo rato que fica dono do queijo vira gato. Não é por acidente que os nomes são tão parecidos.

sexta-feira, novembro 04, 2005

É, né?

E se você experimentasse
Fazer tudo ao contrário
Não dizer sim
Sim dizer não
Dá no mesmo
Parece que pelo avesso
As coisas se tocam

terça-feira, novembro 01, 2005

Agora eu sei...

...As pessoas não vão gostam mais ou menos de você por causa do seu diâmetro. Não as que realmente importam. Elas gostam mais e mais ou cada vez menos de ti pela maneira com a qual as trata.

...Acho que ele me disse que me ama, indiretamente, mas disse. Acho que sou um desafio pra ele, ainda bem, porque ele é ariano e isto faz com que mantenha o interesse. E foi mais ou menos assim:

( Msn _ 23:40h )

_ Gina, você sabe qual a parte mais difícil de um namoro?
_ Não
_Você perceber o outro e aceita-lo. Você saber que o outro muda e que por vezes você é forçado a mudar. Pra mim seria muito mais fácil acabar um relacionamento quando o outro me chateasse. Aceitar exige esforço. E eu acho que é assim que o amor se constrói.
_ Tudo bem, David. Eu lhe aceito, mesmo de barba.
_ ( risos)
_ E só lamento agora que exista Internet. Estas coisas deviam ser proibidas de não serem ditas pessoalmente.
_ Mas eu escrevo melhor do que falo.
_ E abraça melhor do que escreve.
_Mas não abraço melhor do que vc beija.
(silêncio)
_David
_Oi
_ Você me aceita?
_ Estou aceitando.
_Eu sabia que tinha um por enquanto...
( risos )
É, foi mais ou menos isso.

sábado, outubro 29, 2005

Again

Eu adoro a música " Por ande andei" do Nando Reis e fico no carro mudando de rádio direto a procurando. E estou a ouvindo agora.

Pra ver se ela me acalma. Acabou e vou repetir. Quantas vezes for necessário. E que se dane a pontuação.

Sairam os Editais todos de uma vez. Deixa, deixa por favor eu ouvir esta música pra eu não pirar. Deixa eu ir ver minhas amigas outra vez hoje a noite, depois de tanto tempo.

Tempo que não, não estudei mesmo. Mas não as vi e quero tanto sentir os braços dos meus amigos cercando meu corpo. Eu sempre sinto tanto frio. Pressão baixa?! Acho que sim, mas só a orgânica. A psicológica é grande.

Então deixa. Deixa eu adoçar minha boca com aquele vinho. Já faz tanto tempo e preciso reavivar a lembrança da dormência apossando-se do meu corpo até nada mais importar.

Acabou a música. Vou repetir.

quarta-feira, outubro 26, 2005

"E isso porque diz mais..."

Incrível como as pessoas podem se tornar gentis quando estão prestes a perder algo ou alguém. E por um instante me vem uma certeza amarga de que para que as coisas aconteçam de modo perfeito devemos estar sempre sobre ameaça.

Por falar em ameaça, escrevi uma carta a meu pai expondo um problema particular meu e informando-lhe que não se preocupasse, pois eu ia procurar ajuda. Ele entendeu que eu estava o culpando e ameaçando me matar. Tcs, tcs ... as pessoas e suas interpretações alternativas. Mas também, onde já se viu escrever carta para quem mora na mesma casa?

É mais fácil falar com os dedos do que com a boca. Ah se é. Pra mim é. Mas tem gente que enche a boca de palavras tão bonitas, tão boas de ouvir e tão vazias de sentimentos verdadeiros. Ao menos minhas palavras escritas são encorpadas e nada vãs.

Mas pra ele, nem escrever eu escrevo. Não digo que amo. Nem escrevo. Sei que é bom pras pessoas saberem o quanto gostamos delas (e como eu gosto dele!); mas se lhe disser significar perde-lo prefiro ficar calada. Muda até das mãos. Egoísmo meu priva-lo da imensa satisfação de saber como é amado. Só que ele também precisa da ameaça pra tudo ser perfeito.
É tão bom amar! É tão bom amar, mesmo que eu seja cruel deste jeito ...

terça-feira, outubro 11, 2005

Kinsey - Não vamos falar de amor

Descobri este final de semana que dizer que se gosta de uma pessoa pode ser uma maneira de dizer "eu não te amo". Ou variantes, como "eu não te amo tanto por isso vou dizer só que gosto porque se disser que amo pode ser que você pense que amo mais do que amo" que corresponde a um belo "não se iluda". Quanta tolice. Ás vezes é melhor ficar calado. E beijando.

O Kinsey*, ao convidar-nos a falar de sexo, é bem categórico quando lhe perguntam o porquê dele não incluir o elemento amor nas suas bizarras e prazeirosas experiências científicas: "Porque o amor não é mensurável". Ah, quer dizer o problema era falta de amormômetro Dr. Kinsey?!Pois taí, achei um jeito.


* Do filme Kinsey- Vamos falar de sexo.
Pra quem não assitiu, vale. E não vou dizer vale é pena, porque não é pena nenhuma.
Pra quem já viu, vocês lembram da cara do Kinsey quando seu "aluno" fez " aquela" proposta com a maiooooor naturalidade à sua (do Kinsey) mulher? :-D

Desafabinho: Pra rir ou pra chorar?

Ontem meu namorado me ligou e eu estava dormindo. Hoje de manhã eu liguei e ele estava dormindo. Estive pensando em propror-lhe que dormíssemos juntos. Mas desisti. Podia ser que ele me interpretasse mal.

LEIS E PRINCÍPIOS NA PRÁTICA

"O seguro cobre tudo, menos o que aconteceu" ( Lei de Nonti Pagam)

"Se você mantém a calma, quando todos perderam a cabeça, é porque não captou o problema" ( Axioma de Lento Tapado)

"Os problemam não se criam, nem se resolvem, só se transformam" ( Lei da Persistência de Sife Rou)

"Se só existem dois programas que valham a pena assistir na TV, os dois passaram na mesma hora" ( Lei de Me Deimal)

"A velocidade do vento é diretamente proporcional ao preço do penteado" ( Lei Meteorológica Barbeiro Pagarás)

" Quando, depois de anos sem usar, você decide arquivar alguma coisa, vai precisar dela na semana seguinte" ( Lei Irreversível de Kitonto Kifostes)

sábado, outubro 08, 2005

"O ser humano inventou a linguagem para satisfazer a sua profunda necessidade de se queixar" ( Lily Tomlin)

Impossível ser Livre. Livre, nem Morto.


* Foto tirada no cemitério de Viçosa do Ceará, em julho deste ano.

* Não que eu concorde que após a morte não somos livres. Talvez Sartre esteja certo e a nossa angústia ( e em vida, ainda) seja a de sê-lo sempre. O trocadilho foi porque eu precisava de um bom título, e porque Sartre pode está errado. Ele é o que da Xuxa?

quarta-feira, outubro 05, 2005

Conclusões

1. Coisas inesperadas acontecem. Ex: um prego no carro quando você se dirige toda feliz ao aniversário de uma amiga na segunda a noite.

2. Existe preconceito no mundo. Ex: Alguns flanelinhas (maltrapilhos, evidentemente) estão trocando o pneu do carro pra você ( desesperada, evidentemente) e um senhor (que está dentro de um carro hiperimportado que passa na rua no momento) lhe chama e diz para você tomar cuidado que "isto está parecendo com roubo".

3. Existe gente boa no mundo; mesmo que o senhor do carro hiperimportado, que era delegado; tenha tomado a precaução de lhe alerta e feito o favor de descer do carro para "fazer medo" aos "possíveis" bandidos.

4. A gente quebra a cara e aprende. Aprende a prestar atenção nos buracos, e aprende a amar as pessoas. Principalmente.

5. A gente agracede por ter passado de cara por cima de um buraco, papocado os dois pneus da direita, ter sido parada pelo flanelinha e socorrida por ele, seus"colegas de trabalho", o mototaxista da esquina, o motorista da Secretaria de Ação Social que estava por perto, um senhor que tinha seu carro "pastorados" pelos rapazes e até por um delegado, que passava pela rua na hora do ocorrido.

FIM

sexta-feira, setembro 30, 2005

E ponto.

Definitivamente, eu tenho que estudar. MAIS. Mesmo que eu ame ler os livros da Clarice Lispector, e fique tentada a pegar algum todas as vezes que passo pelas prateleiras da biblioteca. Por favor, todos os que lançaram livros com fotografias belíssimas, me desculpem. Vou privá-los do meu olhar. René Magritti, meu lindinho, você também. Mas preciso dizer-lhe antes que adorei aquela " ironia" que você inspirado no quadro do Manet. Pintar aquelas pessoas que estavam á varanda, todas encaixotadas, mas ainda com posturas de vivos foi demais. Pra você ver, eu parece que continuo me sentido seduzida ( sera sedução mesmo?!) pela morte. Mas, porsso me justificar dizendo que apenas a encaro, não lhe viro a cara como fazem muitos. Sei que existe, e pronto. Também não quer dizer que eu queira me matar. Deve ter também aquele lance de vc ser atraído pelo desconhecido.

Mas , enfim, eu estava a pedir desculpas e me perdir. Estava a fazer promessas e me perdi.

Deixa eu me eu, achar...Ah, Magritti, pois é, espantoso de bom seu quadro. Parabéns. Também gostei do que tem umas nuvensinhas pintadas no olho. Mostrei pra um amigo e ele deu de ombros e disse q não tinha nada demais. Menos um fã pra você.

Bom, e devo estudar. Mais. E não só as coisas que eu gosto, mas as que tenho que aprender a gostar. Como Contabilidade. Tive uma aula hoje que... Nossa. Mas aprender a gostar de obter coisa é fácil ( ainda mais quando a " coisa" é obter conhecimento. Qualquer que seja ele.). Difícil é aprender a gostar de gente. Porque tem gente que... nã. Todo mundo sabe.

Estudar, estudar e estudar. Fiz até um horário de estudo. Formal. Tinha um, já, lógico. Mas de cabeça, coisa vaga. Agora é no papel. Vamos ver se facilita. Se motiva. Porque, já disse, devo estudar. Mesmo com distúrbios alimentares. Já tou largando de mão. Mesmo me preocupando demais com esta coisa de estética corporal. Puta que pariu. Eu sei que é futilidade , pelo menos em 70%, e ás vezes me toma tanto os pensamentos. Mas, como devo estudar, a matéria vai espremer estes pensamentos ridículos do meu cérebro.

É, meus amigos, devo estudar. E pronto.

quarta-feira, setembro 28, 2005

"Haverá paraíso, sem perder o juízo e sem morrer?"

Hoje acordei ( e ontem dormi) me perguntando o que leva as pessoas a cordarem todos os dias para as suas vidas. Porque, alguém me diga!, aquele frentista varre tão cuidadosamente a folha de milho que pousou defronte ao posto? E ainda é tão cedo da manhã para se fazer isso!

Mas é Primavera, que eu vi no jornal, que começou dia 23 deste mês, que é Setembro. E as pessoas devem se levantar na expectativa das flores. Se eu ao menos...

sexta-feira, setembro 23, 2005

TPM

Não sei se é culpa do ciclo, mas me veio de novo hoje a impressão de que na vida estarei sempre a acumular paixões. Nunca deixarei de gostar deste porque agora gosto deste outro. Não. Gosto deste, do outro e do anterior. Meus amores eternos, que por vezes me enjôam e aí eu gosto só de mim. Vontade de tocá-los, todos, hoje. Um por vez, formando nós dois sempre. De cada vez. E dizer, com uma verdade descarada, o quanto gosto, o quanto me importo sim, o quanto sou grata. E ficar calada, só olhando e sendo vista quando as palavras já não alcançarem mais.







Sim.

Mas esta queda nos níveis de estrôgenio e progesterona deixam a gente como o quê!

Ninguém se declara assim

“ Eu não sei exatamente que lembrança inconsciente minha você revirou (o que é óbvio, se está no inconsciente não dá pra eu saber mesmo). Mas o fato é que ela estava lá, quietinha, na dela até eu abrir aquela porta e, dentre tantos presentes na sala, você ser o que foi imediatamente scanneado por minhas retinas. Mesmo com aquele ar antipático. E outra coisa posso dizer: a memória que você fuçou foi das boas, porque gostei de ti de graça. Sim, apesar daquela camisa do Fortaleza e do ar antipático. Apesar. A forma como sua boca de encaixa no rosto, seu cruzar desinteressado de braços, os óculos escorregando pelo seu nariz e você impaciente o recolocando defronte aos olhos...tudo isso emana uma força magnética da qual não pude fugir. Quando você me surpreendeu com aquele largo sorriso no corredor, quase fui ao chão. Ninguém ousa sorrir para mim assim, ainda mais quando me esforço para parecer séria. Ainda mais quando penso que este alguém é antipático e ele me mostra que estou errada ao cubo. Ainda mais quando me atrai sem motivo; sem ser o mais alto, o mais bonito. Você é um rapaz com o qual eu me casaria tranqüilamente, caso eu pensasse eu faze-lo. No entanto, não há porque se animar ou se preocupar. Isto não é uma cantada (na verdade, está mais parar desabafo). Não penso em casar e namorado até já tenho, inclusive gosto muito dele. Nem sei porque lhe falo isso agora, talvez essa minha mania de querer expressar qualquer verdade que porventura descubra, já que isso é coisa rara. Você não precisa me dar um beijo de tirar o fôlego, nem um fora; nem precisamos ficar em situação constrangedora nenhuma. Até porque ainda vamos nos cruzar um número razoável de vezes. Isso é só metade estranho, metade engraçado.

Um abraço”

quinta-feira, setembro 22, 2005

Salvador Dali, dá pra salvar daqui?

A persistência da Memória

Hábitos e mudanças - poema do budismo tibetano -

Primeiro dia:Eu ando por uma rua.
Há um buraco fundo no meio da rua.
Eu caio no buraco.
Não é minha culpa.
Demora uma eternidade para eu conseguir sair.
Segundo dia:Eu ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo no meio da rua.
Eu finjo não ver o buraco.
Eu caio de novo.
Não posso acreditar que caí no mesmo lugar, mas não é minha culpa.
Demora muito para eu conseguir sair.
Terceiro dia:Eu ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo no meio da rua.
Eu vejo o buraco e, ainda assim, eu caio no buraco...
É um hábito.
Meus olhos estão abertos, eu sei onde estou.
A culpa é minha.
Quarto dia:Eu ando pela mesma rua.
Há um buraco fundo no meio da rua.
Eu dou a volta e não caio no buraco.
Quinto dia:Eu ando por outra rua.


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Mas qual é o endereço?

quarta-feira, setembro 21, 2005

Enquanto Vivo

O mamao apodrece na fruteira
A perder seu laranja entusiasmante
Traz em si algo que contamina
E de repente a banana perto também já está preta de podre
É o que observo e no que penso
Enquanto sentada á mesa da cozinha

O café quente na xícara vermelha
Aguarda meu primeiro gole
As coisas sofrendo a acao do tempo
Aquelas frutas _dádivas da natureza_que esperaram, foram rejeitadas
Já nao servem mais
A ferrugem que ameaca de leve o pé da geladeira que logo terá de ser outra

E já nao há mais fumaca pairando sobre o meu café
que continua a aguardar meu primeiro gole
Miro o líquido escuro com poder e pena
Alguns instantes e já náo serve mais
Pobre café que nao é eterno que ainda aguarda meu primeiro gole

Nao te beijo, está frio, vou-me embora.

terça-feira, setembro 20, 2005

Again, and Again, and again

Há dias em que cada fração de segundo parece uma batalha e cada movimento executado, uma vitória. Alguém podia me dizer que isto é motivo de felicidade: divida o dia por segundos e os segundos por suas prórias frações e contabilize o quanto se ganha. Mas me pergunto: Vencer o quê? Se no final é ela quem vence.

Os dias são tão longos e eu estou ficando velha. Devagar demais.

Vou procurando outra desculpa. Quando se tem a faca e o queijo na mão e não se faz nada; é minha culpa. Mas porque me deram esta faca? Quem disse que eu queria queijo? Mas estão aqui postos. Posso sentir a afiação da faca a cortar minha garganta, mas não sou doida. Sinto o cheiro salgado do queijo. Basta uma ação. Mas minha fome é outra. E tenho a impressão que sempre será outra enquanto me derem as ferramentas.

Estou indo. Sim senhor. Sim senhora.

E sou como todos que ajustam seus discursos conforme a mudança de idéias. de humor. de lua.
E quando me sinto disposta, visto-me com frases de determinação. E quando estou de saco cheio disto digo que ser humando inteligente é aquele aberto, capaz de mudar idéias e buscar novos horizontes.

Há se o mundo fosse mesmo quadrado! Eu seria bem menos.

(suspiro)

sábado, setembro 10, 2005

Eu recomeço isso?

Recomeçei. Escrever me faz falta, mas agora não vou continuar porque acabei de perder o texto enorme que tinha escrito e fiquei com raiva. Argh. Não devo alimentar estes sentimentos. Vou por em prática algo que aprendi hoje na palestra de um monge budista.Vai ver funciona, sabe lá. Um dois, três e:

Inspira. Expira. Eu inspiro. Eu expiro. Barriga pra fora. Barriga pra dentro. Barriga não volta pra dentro. Ai meu pai, tou gorda. Vou dormir.