sexta-feira, setembro 23, 2005

Ninguém se declara assim

“ Eu não sei exatamente que lembrança inconsciente minha você revirou (o que é óbvio, se está no inconsciente não dá pra eu saber mesmo). Mas o fato é que ela estava lá, quietinha, na dela até eu abrir aquela porta e, dentre tantos presentes na sala, você ser o que foi imediatamente scanneado por minhas retinas. Mesmo com aquele ar antipático. E outra coisa posso dizer: a memória que você fuçou foi das boas, porque gostei de ti de graça. Sim, apesar daquela camisa do Fortaleza e do ar antipático. Apesar. A forma como sua boca de encaixa no rosto, seu cruzar desinteressado de braços, os óculos escorregando pelo seu nariz e você impaciente o recolocando defronte aos olhos...tudo isso emana uma força magnética da qual não pude fugir. Quando você me surpreendeu com aquele largo sorriso no corredor, quase fui ao chão. Ninguém ousa sorrir para mim assim, ainda mais quando me esforço para parecer séria. Ainda mais quando penso que este alguém é antipático e ele me mostra que estou errada ao cubo. Ainda mais quando me atrai sem motivo; sem ser o mais alto, o mais bonito. Você é um rapaz com o qual eu me casaria tranqüilamente, caso eu pensasse eu faze-lo. No entanto, não há porque se animar ou se preocupar. Isto não é uma cantada (na verdade, está mais parar desabafo). Não penso em casar e namorado até já tenho, inclusive gosto muito dele. Nem sei porque lhe falo isso agora, talvez essa minha mania de querer expressar qualquer verdade que porventura descubra, já que isso é coisa rara. Você não precisa me dar um beijo de tirar o fôlego, nem um fora; nem precisamos ficar em situação constrangedora nenhuma. Até porque ainda vamos nos cruzar um número razoável de vezes. Isso é só metade estranho, metade engraçado.

Um abraço”

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