Incrível como as pessoas podem se tornar gentis quando estão prestes a perder algo ou alguém. E por um instante me vem uma certeza amarga de que para que as coisas aconteçam de modo perfeito devemos estar sempre sobre ameaça.
Por falar em ameaça, escrevi uma carta a meu pai expondo um problema particular meu e informando-lhe que não se preocupasse, pois eu ia procurar ajuda. Ele entendeu que eu estava o culpando e ameaçando me matar. Tcs, tcs ... as pessoas e suas interpretações alternativas. Mas também, onde já se viu escrever carta para quem mora na mesma casa?
É mais fácil falar com os dedos do que com a boca. Ah se é. Pra mim é. Mas tem gente que enche a boca de palavras tão bonitas, tão boas de ouvir e tão vazias de sentimentos verdadeiros. Ao menos minhas palavras escritas são encorpadas e nada vãs.
Mas pra ele, nem escrever eu escrevo. Não digo que amo. Nem escrevo. Sei que é bom pras pessoas saberem o quanto gostamos delas (e como eu gosto dele!); mas se lhe disser significar perde-lo prefiro ficar calada. Muda até das mãos. Egoísmo meu priva-lo da imensa satisfação de saber como é amado. Só que ele também precisa da ameaça pra tudo ser perfeito.
É tão bom amar! É tão bom amar, mesmo que eu seja cruel deste jeito ...
2 comentários:
"Dá-me luz, ó deus do tempo
Dá-me luz, ó deus do tempo
Nesse momento menor..."
existe uma perfeita simetria mesmo... algo de misterioso: você pôs em palavras o momento que eu estou passando e sentindo...
(releva a melancolia, é que hoje eu tou que tou...)
É... como diz uma velha música cantada de onde eu vim: "No love, no glory!"
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