sexta-feira, setembro 28, 2007

Nua e Crua

Ela disse:

_ Quero me despir de toda essa fragilidade: refúgio confortável que vem me distanciando de mim mesma, que me trai e me derrama em qualquer lugar sem se importar. E o mundo torna-se olhos curiosos que me fitam, hesitam e se fecham para não se envolver. É perigoso compadecer-se, envolve crise existencial e perda de tempo. E é o que clama essa fragilidade inútil: tenham pena de mim. Eu vou rasgar tal fragilidade com crueldade. Nua e crua vou descobrir quem sou. Doce ilusão.
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Doce ilusão?

2 comentários:

Anônimo disse...

O rasgar-se inteira e exibir quem se é de verdade, é o clamr do instinto. É o não suportar da pressão que a vida impute. A gentileza exacerbada, o ser o outro e esquecer de si mesmo. Rasgar fragilidade é ser vc.
Belo texto. revelador e incentivador.

Bruna, Bruninha disse...

Gina, minha querida amiga Gina...

Estive por longo tempo "brigada" com o computador... Senti falta de escrever, de ler, mas senti em especial, uma saudade insana do teu blog... Saudades de ler aquela Gina que, de perto, nunca vi, mas que conheço de forma menos superficial do que muitas pessoas que cruzam com ela todos os dias... Saudades de ler aqueles textos que te deixam nua e que, de quebra, me quebram e me deixam despida também.
É dolorosamente agradável, e agradavelmente doloroso ler teus textos: falam de ti de forma que eu poderia falar de mim, se pudesse me despir de certos "refúgios confortáveis" que venho cultivando como ervas daninhas...

Eles soam como um dedo acusador aos meus próprios recalques, ao mesmo tempo em que trazem a sensação de dever cumprido, como se a tua libertação me isentasse da minha...

Obrigada por não parar de escrever!
E por me libertar querendo se libertar... Abrir a gaiola pra fugir, deixando que eu possa escapar também...

Beijos, fica com Deus.